BNDES vai financiar R$ 729,7 milhões para empresa Be8 produzir etanol
Empresa sediada no Rio Grande do Sul implantará fábrica com estimativa de produção anual de 209 milhões de litros de etanol
atualizado
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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar R$ 729,7 milhões para a empresa gaúcha Be8 construir uma fábrica de etanol e farelo a partir do processamento de cereais (trigo, triticale e milho, entre outros) em o Fundo (RS). Do total, R$ 500 milhões são provenientes do Programa BNDES Mais Inovação.
A usina será flexível para a produção de etanol anidro (que pode ser adicionado na gasolina) ou hidratado (para consumo direto), e terá capacidade de 209 milhões de litros/ano, o que equivale a 20% da demanda do Rio Grande do Sul, que hoje tem que importar o produto de outros estados.
A nova fábrica vai processar 525 mil de toneladas por ano de cereais para produção de etanol e farelo DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) ou Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (em português).
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, salientou que o Brasil tem papel central na execução de projetos para a transição energética, especialmente no setor de biocombustíveis. “Vivemos uma janela histórica de oportunidades e o BNDES vem contribuindo de maneira significativa para a inovação na indústria, para que ela se torne mais verde e sustentável”, afirmou.
A bioeconomia é um dos elementos da nova política de industrialização do governo Lula (PT), com a produção nacional de biocombustíveis e a utilização de novas matérias-primas.
Geração de emprego
Com o projeto, a Be8 vai gerar cerca de 220 empregos diretos na fase de operação, após a conclusão da obra. Serão gerados também 700 empregos na implantação do projeto. A empresa diz que dará preferência à contratação de mão de obra local, promovendo o treinamento e a capacitação especializada para manutenção e operação da unidade.
A Be8 está estruturando, com instituições de ensino, cursos de formação técnica e de aperfeiçoamento profissional com o objetivo de desenvolver e formar profissionais qualificados para a nova fábrica e demais processos industriais da empresa.
A unidade contará com autoprodução de energia elétrica com cogeração a partir de biomassa e a oferta de energia excedente será disponibilizada na rede de distribuição do município de o Fundo. Não haverá lançamento de efluentes líquidos, que serão utilizados para produção de vapor no processo de produção.