Câmara decide cassação de Flordelis nesta quarta; entenda a votação
Flordelis é acusada de ser mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Desde 2002, sete deputados perderam o mandato
atualizado
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Rio de Janeiro – O plenário da Câmara dos Deputados vota, nesta quarta-feira (11/8), a cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Ela foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) como mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 16 de junho de 2019.
A defesa de Flordelis tentou no Supremo Tribunal Federal (STF) impedir o trâmite, mas teve o recurso rejeitado
Em junho, o Conselho de Ética da Casa aprovou um parecer favorável ao afastamento da parlamentar por 16 votos a um. Flordelis chegou a recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas não teve sucesso.
Por isso, cabe ao plenário decidir se a deputada deve ou não ser cassada. Quando for aberta a votação do parecer, cada parlamentar deverá votar sim ou não, ele também pode se abster. A votação será aberta e nominal.
São necessários 257 votos tanto para a cassação quanto para a manutenção do mandato. Este número corresponde à maioria absoluta dos deputados, o equivalente a metade do número total de parlamentares, 513, mais um voto.
Segundo a Câmara dos Deputados, desde 2002, sete deputados federais tiveram os mandatos cassados: André Luiz (PMDB-RJ), em 2005; Roberto Jefferson (PTB-RJ), no mesmo ano; José Dirceu (PT-SP), também em 2005; Pedro Corrêa (PP-PE), em 2006; Natan Donadon (PMDB-RO), em 2014; André Vargas (PT-PR), no mesmo ano; e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 2016.
Juri popular
O processo de cassação de Flordelis no Conselho de Ética da Casa começou em fevereiro, quando o colegiado instaurou um processo disciplinar contra a deputada. No mesmo dia, a 2a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu, por unanimidade, afastá-la de qualquer função pública até que o processo fosse julgado.
Flordelis e mais 10 pessoas vão a júri popular pela morte do pastor Anderson do Carmo, morto a tiros na garagem de casa em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A deputada foi denunciada por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada.
As investigações revelaram que o filho biológico da deputada Flávio dos Santos Rodrigues foi o executor dos disparos e um dos filhos adotivos, Lucas César dos Santos, comprou a arma. Outra filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, afirmou em audiência que era abusada sexualmente pelo pastor e confessou que pagou R$ 5 mil para a irmã Marzy Teixeira da Silva colocar o plano em prática. Ela também disse ter jogado no mar os celulares de Flordelis, Lucas e Anderson para destruir provas.