Caso Marielle: polícia faz busca no mar atrás de armas de Ronnie Lessa
A informação do possível descarte das armas chegou à polícia por meio de uma denúncia anônima. Fuzis não foram encontrados
atualizado
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Após receber uma denúncia anônima, a Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro realizou uma série de buscas para tentar encontrar armas que pertenceram a Ronnie Lessa, acusado de ter assassinado Marielle Franco, em 14 de março de 2018. De acordo com o G1, o armamento teria sido jogado em alto mar, porém a polícia não confirma oficialmente. Mesmo contando com a ajuda de mergulhadores, nenhum item foi encontrado.
Na sexta-feira (22/3), testemunhas confirmaram que a Polícia Civil foi até a Praia da Barra da Tijuca, investigar o local de onde, segundo a denúncia, uma embarcação teria saído no dia 14 de março, exatamente um ano após a morte de Marielle e seu motorista.
Pescadores que trabalham no local também teriam afirmado ao G1, que caixas de papelão, bolsas e malas foram embarcadas no dia do descarte. O movimento teria acontecido pouco antes de encontrarem o local onde Ronnie Lessa construía as armas.
A defesa do policial reformado Ronnie Lessa afirmou que desconhece a informação de que armas que estavam na casa do policial militar reformado tenham sido descartadas em mar aberto.
Perfil
Apontado como o atirador que matou a vereadora Marielle Franco (PSol) e o motorista Anderson Gomes, o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48 anos, era conhecido pela frieza e por ser um habilidoso atirador entre os colegas. Ele atuava no 9º BPM no Rio de Janeiro até virar adido da Polícia Civil e trabalhar na extinta Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE).
Os policiais do batalhão onde Lessa trabalhava eram conhecidos dentro da corporação como “cavalos corredores” pela atuação intensa no estado. Nessa unidade também trabalhavam os PMs condenados pela chacina de Vigário Geral, em 1993, em que 21 pessoas foram executadas.
O 9º BPM também esteve sob o comando do tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, condenado a 36 anos de prisão acusado de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli. Contra Ronnie Lessa, no entanto, nunca houve uma investigação. Ronnie foi homenageado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) mais de 20 anos atrás pela atuação como policial militar.