Covid: vacinação mais acelerada poderia salvar cerca de 47 mil idosos
Estudo publicado por da Fiocruz, USP, Unicamp, Unesp e UFABC também destaca que 104 mil internações por Covid poderiam ter sido evitadas
atualizado
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As vidas de cerca de 47 mil idosos poderiam ter sido salvas caso a vacinação contra Covid-19 no Brasil tivesse começado com ritmo mais acelerado. É o que revela estudo publicado nesta segunda-feira (21/11) por pesquisadores de várias instituições de pesquisa do país.
Outras 104 mil hospitalizações de idosos também poderiam ter sido evitadas. “Se o ritmo de aplicação de doses da campanha de imunização fosse aquele verificado oito semanas depois de seu início [em 18 de janeiro de 2021], por exemplo, o número de mortes de idosos poderia ter sido de 40% a 50% menor em relação àquele observado no pico da variante de preocupação Gama”, explica a Fiocruz.
Também assinam o artigo pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade de São Paulo (USP). O levantamento estima que entre 54 mil e 63 mil idosos com 60 anos ou mais foram salvos pela vacina contra a doença de janeiro a agosto de 2021, além de cerca 158 mil a 178 mil internações evitadas em pessoas da mesma faixa etária.
“Ao traçarem a curva de mortes e hospitalizações por Covid-19 na população brasileira, sobrepondo-a à curva similar nos grupos de idosos que estavam sendo imunizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em 2021, ficou evidente a correlação positiva entre vacinação e prevenção de mortes e casos graves: quanto mais crescia a cobertura vacinal nos idosos, mais se reduzia o impacto da Covid-19 nesses grupos com 60 anos ou mais”, reafirmou o estudo.
Colapso sanitário da Covid
O artigo levou em consideração o custo médio de US$ 12 mil por pessoa internada no país. Dessa forma, a economia obtida pela redução de entre 158 mil e 178 mil internações de idosos ficou entre R$ 1,9 bilhão e R$ 2,1 bilhões.
O colapso sanitário em Manaus (AM), que marcou a disseminação da variante Gama no país, dificilmente teria sido suavizado pela imunização, uma vez que a nova cepa surgiu em novembro, e a vacinação começou apenas em janeiro.
Mas poderia, de acordo com o estudo, “diminuir consideravelmente o pico de hospitalizações e óbitos, especialmente entre idosos e, principalmente, nos estados em que a Gama demorou um pouco para chegar”, afirmou a pesquisadora Flávia Maria Darcie Marquitti (Unicamp).
A vacinação, porém, teve “papel decisivo” para conter a disseminação da variante Delta, em meados de 2021.
