No STF, Dino relata xingamento recebido: “Rocambole do inferno”. Vídeo
O ministro Flávio Dino leu comentário ofensivo que recebeu na ouvidoria da STF. Dino disse que a ofensa representa o tempo do ódio
atualizado
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O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), leu, durante sessão nesta quinta-feira (22/5), um comentário ofensivo que recebeu pela ouvidoria da Corte que o chamava o de “rocambole do inferno”.
A fala do ministro ocorreu durante voto no julgamento de duas ações que questionavam a criação de cargos operacionais nos tribunais de contas dos Estados de São Paulo e Goiás. O ministro trouxe o comentário recebido para elucidar os “tempos de ódio”.
“Eu recebi hoje, vindo da ouvidoria do Supremo, uma postagem muito gentil de um cidadão. ‘O ladrão, esse bandido, estava nas ruas pedindo a anistia para ladrão de banco, assassinos’. Ai cita, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Dilma Rousseff e outros. Eu tinha 11 anos e posso garantir que estava jogando bola, brincando de carrinho. Ele disse que eu sou canalha (…) Ele me chama de Rocambole do inferno”.
Dino ainda brinca sobre o comentário, no qual achou criativo e “até poético”. “Vou perguntar para minha esposa o que ela acha, e ela vai dizer: ‘Você é meu rocambole, não do inferno’, disse o ministro.
O comentário, sem identificação, ainda afirma que o ministro Flávio Dino deveria apanhar até perder os dentes. Ao terminar de ler o comentário com xingamentos ao Supremo e ameaças ao próprio ministro, Dino disse que trouxe a leitura para a Corte para ilustrar o “espírito do tempo”.
“O espírito do tempo é de cultivo de ódios e desvarios, numa escala criminosa, delituosa. Porque isso ganha materialidade. As caixas de comentários das redes sociais ganham densidade quando elas penetram na mente humana e se transformam de força material. Por isto mesmo, nós precisamos, quando julgamos, levar as consequências práticas”.
Bomba
Policiais militares foram mobilizados na tarde desta quinta-feira (22/5) por conta de uma ameaça de bomba no Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
Segundo relatos iniciais, ele teria explodido um artefato na frente do ministério. Por volta das 16h, uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) conversava com o suspeito. Em um momento, o homem chega a segurar uma menina no colo enquanto falava com os PMs.
O caso ocorre próximo ao bloco A da Esplanada dos Ministérios, onde estão também os prédios de outros ministérios como o Ministério dos Esportes e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.