Fazenda: medidas de revisão de gastos “estão em constante avaliação”
Mercado cobra do governo Lula mais medidas de revisão dos gastos públicos, apesar de resistência apresentada pelo presidente da República
atualizado
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O Ministério da Fazenda disse, em um relatório sobre o cenário econômico de 2024 e as perspectivas para 2025, que medidas de revisão de gastos públicos “estão em constante avaliação”.
No fim de 2024, uma série de medidas de corte de despesas foram apresentadas e aprovadas pelo Congresso Nacional. A estimativa é de que, em conjunto, as medidas aprovadas vão gerar economia em torno de R$ 70 bilhões para os anos de 2025 e 2026, sendo cerca de R$ 30 bilhões neste ano.
Segundo a pasta chefiada por Fernando Haddad, a revisão de despesas é “um processo permanente e institucionalizado”.
“Medidas de revisão de gastos para o fortalecimento do arcabouço fiscal estão em constante avaliação pelo Governo Federal”, diz o relatório.
Em coletiva de imprensa, secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, citou medidas de contenção de despesas que ainda estão pendentes de votação no Congresso, como o projeto de lei dos supersalários e as medidas de reforma da Previdência dos militares, que devem ajudar nesse quadro.
Entenda
- Governo aprovou no fim de 2024 medidas de corte de despesas que vão gerar economia em torno de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026.
- Mercado financeiro e parte da classe política cobram mais cortes em 2025, a fim de fortalecer a regra de controle dos gastos públicos, o arcabouço fiscal.
- Fazenda respondeu com a declaração de que a revisão de despesas é “um processo permanente e institucionalizado”.
- Presidente Lula mostra resistência a novas medidas, dizendo que, se depender dele, “não tem outra medida fiscal”
A equipe econômica sublinhou que, além do fortalecimento do arcabouço fiscal, também busca reforçar as condições para a estabilização do crescimento do endividamento.
A meta de resultado primário para este ano é de déficit 0, com flutuação dentro de um intervalo de +/-0,25 ponto percentual (p.p.).
Lula resiste
Em coletiva no fim de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “não há rombo fiscal” nas contas públicas do país e ressaltou que “não tem outra medida fiscal”.
“Se apresentar durante o ano a necessidade de fazer alguma coisa… se depender de mim, não tem outra medida fiscal”, disse ele, causando apreensão no mercado.