Guedes e senadora Zenaide Maia trocam farpas em audiência pública
Parlamentar criticou valores do novo auxílio emergencial, e ministro retrucou ligando a política do RN a governos anteriores
atualizado
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, e a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) travaram um embate em audiência pública no Senado nesta quinta-feira (25/3) ao falarem sobre o auxílio emergencial. O objetivo da reunião foi debater o Plano Nacional de Imunização e o cumprimento dos prazos, bem como a situação fiscal do país.
“Qual o plano de geração de emprego e renda que o senhor tem para o país? O que o senhor apresentou até agora foi venda do patrimônio, e não são empresas que estão dando prejuízo, não. O senhor está perdendo o patrimônio do povo brasileiro de empresas, como a Eletrobras”, criticou Zenaide.
A senadora criticava o valor, considerado por ela baixo, para a nova rodada do benefício que ajuda famílias duramente atingidas pela pandemia da Covid-19 a se estabilizarem. A retomada do auxílio emergencial está prevista para abril, e terá valor médio de R$ 250, por quatro meses. Para famílias monoparentais dirigidas por mulheres, o subsídio será de R$ 375; para casais, R$ 250; e para homens sozinhos, de R$ 175.
O ministro da Economia se irritou, e comparou o programa com o Bolsa Família.
“Acho muito interessante pessoas que ficaram anos no governo, [e a] senadora Zenaide está nesse público, com o mesmo valor do Bolsa Família. Também estou indignado que esse valor é tão baixo por tanto tempo. É um absurdo que a gente tenha descoberto no meio de uma pandemia que você tem que dar dinheiro direto na mão dos pobres pra acabar com a pobreza”, disse Guedes.
O valor médio pago pelo Bolsa Família é de R$ 192, mas pode variar de R$ 41 a R$ 205, a depender das condições do beneficiário. O último reajuste no valor do programa, de 5,6%, foi dado em 2018, ainda no governo Michel Temer.
A hoje senadora Zenaide foi eleita deputada federal em 2014 pelo Partido da República (PR). Na época, ela era aliada da presidente Dilma Rousseff (PT), e defendeu o mandato da presidente criticando a conduta do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha. No governo Temer, votou contra a Proposta de Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos e foi contrária à Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017 votou a favor do processo em que se pedia abertura de investigação de Temer.
“Um estado rico como é o governo brasileiro – financeiramente está quebrado, mas tem ativos que ele não ativa – poderia ter se dobrado o valor do Bolsa Família há muito tempo, bastava vender estatais”, complementou Guedes.
O auxílio emergencial será liberado 10 dias após os pagamentos do programa Bolsa Família. Os primeiros a receber a verba do governo serão os não beneficiários do programa, que são chamados de “invisíveis” pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pela equipe econômica.