Eleições 2022: Ronaldo Caiado é reeleito governador de Goiás (GO)

Goiânia – Ronaldo Caiado (União Brasil) venceu as eleições e foi reeleito governador de Goiás, neste domingo (2/10). Assim como em 2018, ele conseguiu liquidar a disputa em 1º turno, confirmando um favoritismo que já era demonstrado pelas pesquisas eleitorais.

Ronaldo Caiado esteve à frente dos levantamentos, desde o início da campanha, mas conseguiu aumentar as intenções de voto, sobretudo, quando o rival Marconi Perillo (PSDB) desistiu da briga pelo governo e optou por se candidatar ao Senado.

A saída de Perillo, cujo grupo político esteve à frente do Executivo goiano por 20 anos, diminuiu a iminente divisão dos votos no estado e fez com que parte do eleitorado optasse por Caiado. Isso aumentou significativamente as chances de vitória dele em primeiro turno.

Caiado terminou em primeiro lugar, seguido por Gustavo Mendanha (Patriota) e Major Vitor Hugo (PL), em terceiro.

Sem Bolsonaro

Caiado optou por fazer uma campanha descolada do cenário nacional, sem atrelar sua imagem a qualquer candidato à presidência, ao contrário dos adversários Mendanha e Vitor Hugo. Esses dois disputaram, até o último segundo da pré-campanha, a declaração de apoio de Bolsonaro. Essa relação com o presidente, no entanto, não surtiu efeito na decisão da maioria dos eleitores.

Caiado, que já foi candidato a presidente no ado e tem longo histórico na política, vai para o segundo mandato como governador de Goiás, depois de agens pelo Congresso Nacional, como senador e deputado federal.

Biografia

O governador tem 73 anos, completados no último dia 25 de setembro. Apesar de médico, professor e produtor rural, boa parte de sua trajetória profissional se deu na política.

Vindo de uma família tradicional, com participação na história de Goiás, desde o século XIX, Caiado foi deputado federal por cinco vezes e senador, entre 2015 e 2018, quando ele se candidatou ao governo pela primeira vez e venceu.

O político sempre esteve associado às causas do agronegócio no Congresso. Foi ele quem criou e presidiu, por exemplo, entre 1986 e 1989, a chamada União Democrática Ruralista (UDR). No fim dos anos 1980, ele se candidatou à presidência e obteve menos de 1% dos votos.

Parte da trajetória política de Caiado se deu junto a Marconi Perillo, de quem hoje é adversário declarado. Em ado recente, a dupla tinha rivalidade clara com o MDB. No entanto, nas eleições adas os grupos caiadista e marconista se afastaram fortemente. Caiado foi eleito ao governo e Marconi sequer conseguiu uma vaga ao Senado.

Hoje, o MDB de Daniel Vilela (filho o ex-prefeito Maguito Vilela, morto por complicações da Covid em 2020) é aliado do atual governador. Daniel fez dobradinha na chapa majoritária com Caiado e é apontado como herdeiro político do grupo e futuro candidato ao Governo de Goiás em 2026.

Família

Caiado é pai de quatro filhos, sendo três mulheres e um homem, e casado com Gracinha Caiado. No período da pré-campanha, este ano, ele viveu seu momento mais dramático. Seu filho, de 40 anos, foi encontrado morto em uma das fazendas da família em Nova Crixás, no norte do estado.

Ronaldo Ramos Caiado Filho era fruto do casamento anterior do governador, com a ex-esposa Thelma Gomes (pedagoga e figura conhecida no PT em Goiás). As causas e circunstâncias da morte não foram divulgadas pela família.

Eleição 2022

Realizada em todo o país neste dia 2 de outubro, o pleito define os cargos de presidente e, em cada estado, governador, senador, deputado federal e estadual (no DF, distrital).

No caso dos representantes do Poder Executivo – senadores, governadores e presidente da República –, o sistema é majoritário, ou seja, vence o candidato que obtiver o maior número de votos válidos, podendo ser de forma absoluta ou simples.

A forma absoluta ocorre quando o candidato recebe mais de 50% dos votos válidos. Quando nenhum dos candidatos alcança a maioria, é realizado um segundo turno.

Na modalidade simples ou relativa, o candidato que obtiver maior número de votos em relação aos seus concorrentes é eleito. Isto ocorre especialmente com senadores.

Na disputa para deputados federais e estaduais, o que vale é o sistema proporcional, que computa os votos para o partido ou legenda, sendo assim, os eleitores escolhem de forma indireta seus candidatos.