Lula reage e defende Moraes após ameaça de sanções dos Estados Unidos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a iniciativa de autoridades dos Estados Unidos, ligadas ao presidente Donald Trump, que sugeriram sanções contra integrantes do Judiciário brasileiro, entre eles o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Entenda

• Marco Rubio, secretário dos EUA, afirmou que “há uma grande possibilidade de que sanções sejam impostas contra Moraes”.
• O governo dos Estados Unidos enviou uma carta ao Brasil alertando que as ordens emitidas por Moraes não são executáveis em território norte-americano.
• Segundo a imprensa americana, uma eventual sanção imposta por Trump a Moraes pode provocar uma ruptura nas relações entre os dois países.

A declaração foi dada durante a convenção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), em Brasília. Lula afirmou que Moraes está apenas cumprindo seu dever e destacou que nunca criticou o Judiciário americano.

“Os EUA querem processar o Alexandre de Moraes porque ele quer prender um cara brasileiro que está lá nos EUA fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro. Que história é essa de os EUA quererem negar alguma coisa e criticar a Justiça brasileira? Eu nunca critiquei a Justiça deles. Eles fazem tanta barbaridade, tanta guerra, matam tanta gente, e por que eles vão querer criticar o Brasil”, frisou o presidente.

Lula discursou no encerramento da convenção e se referiu a um ofício enviado pelo Departamento de Justiça dos EUA diretamente ao Ministério da Justiça brasileiro. O documento tem caráter meramente informativo e não ou pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e, portanto, não resultará em encaminhamentos no país.

No mesmo contexto, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou na quarta-feira (28/5) restrições de visto a autoridades estrangeiras acusadas de serem “cúmplices da censura a americanos”. Embora não tenha citado diretamente Moraes, Rubio tem sido respaldado por círculos trumpistas sobre o tema.

Sanções

Parlamentares norte-americanos alinhados ao presidente Donald Trump alegam que as decisões de Moraes representam censura, citando casos que envolvem empresas sediadas nos EUA.

A tensão começou após Moraes determinar a suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil, por descumprimento de ordens judiciais. Depois, a plataforma Rumble acionou a Justiça americana alegando “irregularidades” nas decisões do ministro.

Recentemente, o secretário Marco Rubio anunciou que os EUA adotariam uma nova política de restrição de vistos para “autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos”.

“Por muito tempo, americanos foram multados, assediados e até mesmo acusados ​​por autoridades estrangeiras por exercerem seus direitos de liberdade de expressão. Hoje, anuncio uma nova política de restrição de vistos que se aplicará a autoridades estrangeiras e pessoas cúmplices na censura de americanos”, afirmou Rubio.

Segundo ele, a liberdade de expressão é essencial ao modo de vida dos Estados Unidos, “um direito inato sobre o qual governos estrangeiros não têm autoridade”.

“Estrangeiros que trabalham para minar os direitos dos americanos não devem ter o privilégio de viajar para o nosso país. Seja na América Latina, na Europa ou em qualquer outro lugar, os dias de tratamento ivo para aqueles que trabalham para minar os direitos dos americanos acabaram”, completou.