O parque aquático Cavassin Piscinas, onde uma mãe e dois filhos morreram eletrocutados após o rompimento de um cabo de energia alta tensão no último domingo (4), em Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR), anunciou seu fechamento definitivo dois dias após a tragédia.
Em comunicado divulgado nas redes sociais nesta terça (6), a istração do parque alegou falta de “condições psicológicas e mentais” para manter as atividades do local. O anúncio ocorre um dia após a Polícia Civil revelar que o empreendimento não tem alvará para funcionar como parque aquático.
“Comunicamos, ainda, o fechamento definitivo do nosso espaço, pois não há mais condições psicológicas e mentais de todos que aqui representamos seguirem com as atividades”, informaram os responsáveis.
O Cavassin Piscinas também se referiu ao incidente como um episódio “terrível” que provocou “dor e consternação”. Além disso, prestou condolências aos familiares das três vítimas que morreram devido ao choque elétrico na piscina. “[…] Expressamos nossas mais sinceras condolências às famílias e amigos das vítimas. Não há palavras que possam aliviar o sofrimento que estão enfrentando diante desta terrível perda”, acrescentou.
A istração afirmou ter conseguido salvar uma vida com ajuda da Prefeitura de Rio Branco do Sul e dos bombeiros.
O caso
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, o incidente aconteceu por volta das 14h de domingo (4), em uma propriedade situada na região rural de Rio Branco do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR). Três pessoas morreram e outras dez ficaram feridas e foram hospitalizadas.
Segundo apurou a Banda B, nove pessoas que estavam internadas em quatro hospitais diferentes já estão em casa. Um deles, contudo, pediu alta por conta própria apesar de os médicos o orientarem a permanecer no hospital. A décima vítima segue internada no Hospital do Trabalhador com quadro estável.
“A propriedade também funciona como parque aquático. As informações preliminares dão conta de que a piscina [atingida pelo cabo] foi instalada embaixo da rede elétrica na localidade. O parque aquático funcionava sem alvará”, disse o delegado Gabriel Fontana à Banda B nesta segunda (5).

Um cabo de energia teria sido atingido por um galho antes de se romper e cair na piscina. Houve o registro de ventos fortes na região. “Como tivemos descargas de raios, começamos a tirar as pessoas da piscina, mas sete ainda estavam lá quando o fio arrebentou. Tudo indica que um galho fez romper esse fio. Essas pessoas foram eletrocutadas, mas duas rapidamente conseguiram sair da piscina”, explicou um dos responsáveis pela chácara, Elvo Cavassim.
Em nota, a Copel informou que não gere a chácara, pois trata-se de uma “propriedade privada e alugada pelo proprietário para terceiros com fins comerciais”. Conforme a empresa, o rompimento da rede de energia por galho de pinheiro foi provocada por chuvas com vento de mais de 60 km/h.
“A rede de energia em questão a por manutenção frequente e continuada, como é o padrão da Copel. A Copel lamenta o ocorrido, se solidariza com as famílias e orienta a todos que obras, inclusive aquelas utilizadas para fins comerciais, como é o caso da referida chácara, são de responsabilidade dos proprietários, mas precisam ser acompanhadas por profissionais de engenharia a fim de garantir que as edificações fiquem afastadas dos fios da rede elétrica”, informou.
Quem são as vítimas
O rompimento do cabo de alta tensão seguido de queda sobre uma piscina matou Roseli da Silva Santos, de 40 anos, e seus dois filhos: Emily Raiane de Lara, de 23 (grávida), e Agner Cauã Coutinho dos Santos, de 17.

A prefeita de Rio Branco do Sul, Karime Fayad (PSB), lamentou o caso e se solidarizou com a família das vítimas. “Que Deus conforte os corações dos familiares e amigos nesse momento tão difícil. Que as boas lembranças dos entes queridos perdidos tragam conforto e paz”, escreveu em uma rede social.