Faria critica falta de investimento em tecnologia: “Deserto digital”
Ministro participou da abertura do leilão do 5G nesta quinta-feira (4/11), na sede da Anatel. Sessão deve terminar na sexta-feira (5/11)
atualizado
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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, criticou nesta quinta-feira (4/11) a falta de investimentos em telecomunicações nas gestões anteriores. Em discurso na abertura do leilão do 5G, Faria declarou que a licitação da quinta geração da internet móvel terá caráter não arrecadatório, voltada especialmente a investimentos.
De acordo com o edital publicado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a licitação deve movimentar R$ 49,7 bilhões. Segundo o ministro das Comunicações, desse montante, cerca R$ 40 bilhões irão para investimentos no setor e o restante (quase R$ 10 bilhões), para o Tesouro Nacional.
Ao comentar um fundo voltado ao setor criado no ano 2000, o ministro afirmou que o não uso dos recursos provocou um “deserto digital” no país.
“O Fust [Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações] existe há mais de 20 anos. E há mais de 20 anos não tem um real do Fust que foi investido em telecomunicações. Por isso que nós temos esse deserto digital no Brasil. São R$ 23 bilhões que foram usados só para superávit primário”, disse Faria em discurso.
Superando as expectativas do setor, 15 empresas se inscreveram para o certame, que teve início nesta quinta. A quantidade significativa de candidatos pode fazer com que a sessão termine apenas nesta sexta-feira (5/11).
Faria afirmou que há um compromisso para que o 5G chegue às 27 capitais até julho de 2022. Ele também ressaltou que a tecnologia deve elevar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
“Isso vai ser legado que deixaremos ao Brasil para 10, 15 anos. Teremos aumento do PIB nacional devido ao 5G”, ressaltou o ministro. De acordo com ele, há estimativa de que o agronegócio tenha um crescimento de mais de 10%, o que deve representar um aumento no PIB de 2% nos próximos anos. “É mais que aumento de velocidade. O 5G vai colocar Brasil na ala mundial.”