Senado: Comissão de Educação quer ouvir Weintraub sobre esquema no MEC
Ex-ministro da Educação afirmou que o presidente Jair Bolsonaro teria ordenado entregar o FNDE para o Centrão
atualizado
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A Comissão de Educação do Senado Federal, que se reúne nesta quarta-feira (27/4), quer ouvir o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e pedir informações à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF) sobre as supostos benefício a pastores na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação.
O requerimento foi apresentado pelo líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e tem como base a declaração de Weintraub de que teria recebido ordem, enquanto ministro da Educação, do presidente Jair Bolsonaro (PL), para “entregar” o FNDE ao “Centrão”, grupo formado por partidos que dão sustentação ao governo Bolsonaro e sobre o qual o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), tem ascendência.
O colegiado ouvirá três pessoas envolvidos nesse suposto esquema, mas suspendeu as oitivas agendadas para a manhã desta quinta-feira (28/4) por causa de uma sessão do Congresso Nacional, marcada para o mesmo horário. As oitivas de quinta aram para a próxima terça-feira (3/5).
O presidente do colegiado, senador Marcelo Castro (MDB-PI), destacou que depois de ouvir os envolvidos será a vez do atual ministro Victor Godoy, que à época das denúncias era secretário-executivo do então ministro Milton Ribeiro. “Não estamos fazendo prejulgamento, mas evidentemente tem conhecimento. Afinal, era o secretário-executivo”, disse Castro.
O então ministro da Educação Milton Ribeiro foi gravado dizendo que tinha como “prioridade” atender “todos os prefeitos que são amigos do pastor Gilmar Santos”. O religioso é o presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.
Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação após a revelação de um escândalo na pasta envolvendo suposto favorecimento a aliados de Bolsonaro. O caso veio à tona após a divulgação pelo Estado de S.Paulo de áudios atribuídos a uma conversa entre o ministro e pastores.
Gabinete paralelo no MEC
Logo depois da publicidade das gravações, ao menos dez prefeitos confirmaram a existência de um gabinete paralelo da Educação, no qual pastores supostamente atuaram na intermediação de recursos para escolas públicas. Dos dez, pelo menos três confirmaram que, em algum momento, escutaram pedidos de propina em troca da liberação de verbas.
Segundo o prefeito de Luís Domingues, no Maranhão, Gilberto Braga (PSDB), Arilton Moura teria pedido 1 kg de ouro, em uma conversa no restaurante Tia Zélia, em Brasília, após almoço informal com a presença do ministro.
O Ministério Público (MP) solicitou que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue suposta priorização de lideranças evangélicas para agendas e recursos do MEC.
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