Revisão da vida toda: Nunes Marques pede destaque e decisão é adiada
Com o novo pedido, o julgamento deverá ser reiniciado. Agora, os ministros têm o direito de mudar os votos proferidos, se assim desejarem
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques pediu destaque na ação da revisão da vida toda do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após todos os 11 magistrados terem apresentado seus votos. Com a solicitação, o julgamento – que atualmente contabiliza 6 a 5 a favor dos aposentados – será reiniciado em plenário físico, com data indefinida até o momento.
Os ministros, então, poderão mudar os votos proferidos em meio virtual, com exceção de Marco Aurélio, relator da ação, que terá seu voto positivo mantido na integralidade.
O assunto, protocolado em junho de 2020, ainda espera uma finalização definitiva. Revisão da vida toda consiste em uma ação judicial na qual aposentados solicitam que todas as suas contribuições ao órgão (mesmo as realizadas antes da criação do Real) sejam consideradas no cálculo da média salarial para aumentar a renda previdenciária.
Contrário ao novo modelo, em 2021, o INSS argumentou que a mudança traria um custo de R$ 46 bilhões aos cofres públicos, no prazo de 10 anos. Essa alegação foi usada no voto contrário de Nunes Marques.
O ministro ainda disse que o recurso não deveria ser nem considerado, por uma questão formal, não fosse um erro cometido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Para Marques, a Corte entendeu, ao acatar a tese, que a regra de transição da Lei nº 9.876/1999 (Plano Real) foi inconstitucional.
Ele reforça, porém, que a decisão foi proferida pela Primeira Seção do STJ, quando somente o Órgão Especial poderia declarar uma norma inconstitucional.
Terá direito à revisão o aposentado que:
- se aposentou nos últimos 10 anos;
- se aposentou antes da reforma da Previdência, instituída no dia 13 de novembro de 2019;
- tenha recebido o benefício com base nas regras da Lei nº 9.876/1999.