Silvinei Vasques moveu processo contra PRFs e os acusou de fake news
Silvinei Vasques foi preso em operação da Polícia Federal por suspeita de uso da máquina pública para interferir na eleição de 2022
atualizado
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Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo de Jair Bolsonaro e preso preventivamente pela Polícia Federal (PF) na manhã de quarta-feira (9/8), moveu pelo menos quatro processos contra policiais rodoviários federais. E em três ele acusa os adversários diretamente de fake news.
A prisão de Silvinei foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e faz parte da operação que apura o uso da máquina pública para interferir na eleição de 2022.
O ex-diretor-geral da PRF entrou com processo contra o colega Fabrício Silva Rosa devido a uma entrevista que ele deu ao jornal O Popular, em novembro do ano ado.
“No caso concreto o autor das ofensas as veiculou por meio da rede mundial de computadores, fazendo uso do jornal “O Popular” de Goiânia, pertencente ao grupo Jaime Câmara, achincalhando o nome do autor nos quatro cantos do mundo, permitindo rápido o aos familiares e ao círculo de amizade do ofendido”, diz uma parte do documento.
Na continuação, acusa Rosa de “fake news” e “discurso de ódio. “Observe Vossa Excelência que o aludido maledicente, fugitivo de suas obrigações legais – de não ofender a honra alheia com informações inverídicas – adjetivou o autor de torturador, espalhando fake news e praticando discurso de ódio.”
Silvinei nega ter atrapalhado eleições
Contra a policial Páris Borges Barbosa, a defesa de Silvinei afirma que o ex-diretor nunca atuou para atrapalhar as eleições: “O jurisdicionado em nenhum momento trabalhou para atrapalhar as eleições, como dito pela agressora – ofendendo a dignidade do autor, entristecendo os familiares e amigos deste, apenas para jogar para sua torcida, sem compromisso com a ética, com a verdade dos fatos; efetuando discurso de ódio e fake news, repita-se ainda que mais de uma vez”.
Silvinei também moveu ação contra o diretor regional da PRF no Paraná escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista ao site JB Litoral, Fernando Cesar Borba de Oliveira afirmou que pretendia resgatar a imagem da instituição, “desvinculada de partidos e governos”.
“O que se afere no caso concreto é que o réu lançou na mídia, de forma inadvertida, fake news ofensivas ao bom nome do demandante. Propalando por todo o país que a gestão do autor à frente da PRF foi política, que teria vinculado a instituição a partido e a governo. Que o autor teria manchado o nome da instituição, porque fez propalar na mídia que pretendia resgatar a imagem da instituição, como se depreende da leitura da seguinte publicação”, diz a ação.
Ainda há o caso do processo contra o policial rodoviário federal Fabrício Colombo, em que o termo fake news não aparece diretamente, mas que também é relacionada indiretamente.
“O que se afere no caso concreto é que o agressor, sem razão relevante, fez divulgar na rede mundial de computadores ofensas em desfavor do autor, causando dano à alegria de viver e procurando manchar o bom nome do jurisdicionado – não se sabe se por questões ideológicas ou se recebeu algum tipo de pagamento ou vantagens para praticar tal conduta”, aponta o processo.