Vídeo mostra momento que Moraes ameaça Rebelo: “Vai sair daqui preso”
O STF liberou o aos vídeos das audiências de testemunhas em ação que apura suposta trama golpista em núcleo de Jair Bolsonaro
atualizado
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o ex-ministro da Defesa do governo de Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, tiveram discussão acalorada durante depoimento em 23 de maio. Imagens divulgadas pelo STF, nesta terça-feira (3/6), mostram o momento em que Moraes adverte a testemunha e diz que pode prendê-la por desacato.
Rebelo prestou depoimento como testemunha de defesa do almirantre Almir Garnier. Ao ser questionado pelo advogado de Garnier, Demóstenes Torres, sobre um possível apoio do cliente a uma tentativa de golpe, Rebelo tentou interpretar a língua portuguesa.
Moraes o advertiu. Veja vídeo do momento:
Demóstenes perguntou se seria possível a Marinha, comandada por Garnier, dar um golpe sozinha. O advogado de Garnier também citou que, segundo a denúncia, Garnier colocou as tropas à disposição do então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Rebelo começou a responder, declarando: “Na língua portuguesa, precisamos colocar em consideração a força de expressão. Quando alguém diz: ‘Estou frito’, não significa que esteja dentro de uma frigideira. Quando alguém diz: ‘Estou à disposição’, não significa literalmente o que quer dizer'”.
Moraes interveio: “O senhor estava naquela reunião? Não? Então, o senhor não tem condições de avaliar a língua portuguesa naquela ocasião. Atenha-se aos fatos”.
Rebelo retrucou: “A minha avaliação da língua portuguesa é minha. Não ito censura”.
Moraes respondeu: “Se não se comportar, será preso por desacato”.
Rebelo: “Estou me comportando”.
Moraes: “Então, o sr. se comporte e responda a pergunta. Responda: ‘sim’ ou ‘não'”.
Rebelo: “Não. Não posso responder ‘sim’ ou ‘não'”.
O STF ouviu, entre 19 de maio e 2 de junho, 52 testemunhas de acusação e de defesa em ação penal que analisa suposta trama golpista praticada pelo chamado núcleo 1, que inclui entre os oito réus Jair Bolsonaro.