Procedimentos estéticos ginecológicos: quais são os mais procurados?
O ginecologista e obstetra Rodrigo Ferrarese tira dúvidas sobre os procedimentos estéticos ginecológicos disponíveis no mercado
atualizado
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O Brasil é conhecido mundialmente pela alta procura por cirurgias íntimas femininas. Não apenas por motivos relacionados à aparência, mas com o foco principal na qualidade de vida, as brasileiras têm procurado cada vez mais especialistas aptos e qualificados para realizarem os chamados procedimentos estéticos.
Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês), em 2019, os procedimentos não cirúrgicos, feitos no consultório, tiveram aumento de 28% no país. O Brasil e os Estados Unidos são responsáveis pela maioria dos procedimentos estéticos realizados no mundo, seguidos por México, Alemanha, Índia, Itália, Argentina, Colômbia, Austrália e Tailândia.
De acordo com o ginecologista e obstetra Rodrigo Ferrarese, que atende na Unihclinic, clínica própria localizada em São Paulo, o desenvolvimento de tecnologias tem permitido que os aparelhos utilizados na área médica fiquem cada vez menores, com possibilidade de fácil locomoção, permitindo o uso e a realização de cirurgias e procedimentos estéticos no próprio consultório médico. “Certamente, é fundamental que o local tenha todos os alvarás necessários para essa finalidade, a fim de proteger a paciente e reduzir os riscos de processos inflamatórios”, explica o médico.
Afinal, quais são os procedimentos estéticos ginecológicos mais comuns?
Para Rodrigo Ferrarese, os tratamentos se dividem em regenerativos, funcionais e estéticos. “Uma paciente que procurar pela redução dos lábios, por exemplo, pode ter como motivação um fator estético ou por que ela sente dor na região com o uso de lingerie ou no ato sexual”, afirma o médico. “Já um procedimento na vagina [que é a parte interior que faz a ligação entre a vulva e o colo do útero] é algo não visível”, acrescenta.
Os procedimentos podem ser cirúrgicos e não cirúrgicos. Segundo o especialista, os profissionais indicados para realizar esses tratamentos são o dermatologista, o cirurgião plástico ou o ginecologista. Além disso, os consultórios são aptos para fazer tanto os procedimentos não cirúrgicos quanto as cirurgias de pequeno porte, como a bartolinectomia, a retirada das glândulas de Bartholin, ou a ninfoplastia, com anestesia local.
De acordo com Rodrigo, outras intervenções permitidas dentro dos consultórios são a radiofrequência, o laser de CO2 (para clareamento vulvar ou estreitamento de vagina) e o preenchimento de grandes lábios com ácido hialurônico.
“É importante lembrar, no entanto, que o fato de um determinado procedimento ser executado em consultório não significa baixa complexidade. Ainda é fundamental que a paciente e por consulta, exames e converse muito com o seu médico para tirar todas as suas dúvidas. O profissional deve ser capaz de explicar para a paciente absolutamente tudo relacionado ao procedimento, do antes ao depois, com tranquilidade e segurança”, alerta o ginecologista.
Rodrigo lembra que os tratamentos são tranquilos e apresentam baixos riscos. “Entretanto, pacientes mais sensíveis que se submeterem a algo mais invasivo, como alterar o clitóris, em ambiente hospitalar, são mais suscetíveis a riscos como hemorragia, infecção ou cicatrização”, diz.
Questionado pela coluna Claudia Meireles sobre as procuras mais comuns em sua clínica, o médico afirma que ninfoplastia (cirurgia da região íntima feminina para reduzir o tamanho dos pequenos lábios vaginais), clareamento da região genital e tratamento para flacidez vaginal são as mais pedidas.
Peeling para clareamento, perineoplastia (cirurgia plástica íntima em que a região perineal é reconstruída) e cirurgia para corrigir o capuz do clitóris, devido aos chips hormonais, são outras opções ofertadas pelo mercado.
E os homens?
Segundo Rodrigo Ferrarese, os procedimentos estéticos íntimos ou genitais feitos em homens podem ser realizados por urologistas, cirurgiões plásticos ou dermatologistas.
Sobre o especialista

Rodrigo Ferrarese é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista. Fez residência médica em São Paulo, em ginecologia e obstetrícia no Hospital do Servidor Público Estadual. Atua em cirurgias ginecológicas, cirurgias vaginais, uroginecologia, videocirurgias; (como cistos e endometriose), histeroscopias, doenças do trato genital inferior (HPV), estética genital (laser, radiofrequência, peeling e ninfoplastia), uroginecologia (bexiga caída, prolapso genital ou incontinência urinaria) e hormonal (implantes hormonais, chip de beleza, menstruação, pílulas e implantação do DIU).
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