Rumble: de quem é a empresa que processou e desafiou Moraes?
Com sede no Canadá, plataforma se apresenta como alternativa ao YouTube e recebeu financiamento do vice de Trump
atualizado
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A empresa Rumble virou notícia ao desafiar e processar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de desconhecida de muita gente, a plataforma é muito utilizada por grupos conservadores, principalmente nos Estados Unidos (EUA).
Não à toa, a Rumble declarou publicamente, nesta quarta-feira (19/2), que não cumprirá as ordens do magistrado brasileiro logo após entrar com processo contra Moraes, ao lado do grupo empresarial Trump Media & Technology Group (TMTG), do qual o presidente Donald Trump é sócio majoritário.
No Brasil, a plataforma atraiu personalidades como Monark, Rodrigo Constantino e Allan dos Santos, que migraram para a rede social após Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinar o bloqueio de perfis. O Rumble chegou a ser desativado no Brasil, em dezembro de 2023, e só voltou em fevereiro deste ano.
Quem é o dono?
O Rumble foi fundado em 2013 pelo empresário canadense Chris Pavlovski (foto em destaque). Nas redes sociais, ele constantemente defende a liberdade de expressão. Recentemente, publicou no X que “insultar alguém não é crime”.
Desde o início, o Rumble se apresenta como uma rede social mais permissiva. A plataforma afirma não usar algoritmos para filtrar e suprimir conteúdos. Por conta disso, ganhou maior adesão em 2020, durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Na Nasdaq desde 2021, a empresa recebeu financiamento de US$ 500 milhões da Narya Capital, empresa de capital de risco fundada pelo atual vice-presidente dos EUA, J.D Vance.
Processo contra Moraes
Na ação, apresentada nesta quarta-feira (19/2), em um tribunal federal em Tampa, no Estado da Flórida, o Rumble e a TMTG acusam Moraes de infringir a Constituição americana por ter ordenado que o Rumble bloqueasse contas de personalidades brasileiras baseadas em território americano, como o ex-colunista da Jovem Pan, Paulo Figueiredo.
A ação também cita o bloqueio do X, antigo Twitter, em 2024 e afirma que “desde 2022, o ministro Moraes teria ordenado a suspensão de quase 150 contas, visando críticos do atual presidente Luiz Inácio ‘Lula’ da Silva, incluindo legisladores conservadores, jornalistas, juristas e até músicos”.
O processo foi protocolado logo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).