Veja os 3 caminhos do dinheiro para ministro de Lula apontados pela PF
Juscelino Filho, chefe da pasta das comunicações do governo federal, foi denunciado pela PGR por suspeita de desvios de emendas
atualizado
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A investigação da Polícia Federal que culminou na denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) do ministro do governo Lula (PT) Juscelino Filho mostrou 3 caminhos possíveis pelos quais o chefe da pasta das Comunicações teria desviado verbas públicas.
Juscelino é suspeito de desviar emendas parlamentares quando ainda atuava como deputado federal. A verba seria destinada a obras da Codevasf na cidade de Vitorino Freire (MA), que era comanda pela sua irmã, Luanna Rezende. O ministro alega inocência.
Segundo a PF, os meandros que ligariam o ministro ao esquema são divididos em três caminhos possíveis: a pavimentação de estrada que beneficiava propriedades do atual ministro, indicações de pagamentos a terceiros e a contratação de uma empresa que está sob suspeita da Polícia Federal (PF).
Quanto à pavimentação da estrada vicinal em Vitorino Freire, a investigação aponta que o trecho a por propriedades de Juscelino e de familiares. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) reforçou a tese, mostrando os benefícios a essas propriedades.
O segundo caminho, relativo ao suposto pagamento a terceiros, envolve conversas entre Juscelino e o empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, responsável pela empresa Constrvice, que está no centro das investigações conduzidas pela corporação.
Segundo relatório da corporação sobre o caso, um engenheiro, duas funcionárias da Prefeitura de Vitorino Freire e empresas aparecem como destinatários de pagamentos solicitados pelo ministro a Eduardo DP, entre 2017 e 2020.
Por fim, a investigação aponta para uma última hipótese que pode ligar o ministro ao caso. Essa ligação seria por meio da Arco Construções, cuja suspeita é de que a empresa seja do próprio ministro.
A referida empresa foi contratada por meio de emendas do então deputado para uma obra na cidade do interior do Maranhão com o objetivo de recuperar uma entrada de terra que liga o distrito de São João do Grajau ao povoado de Estirão, local onde está a sede da fazenda da família do ministro.
Mensagens obtidas ao longo da apuração entre Juscelino e Eduardo DP na época em que a obra era realizada mostram pedidos de pagamento à empresa “com a justificativa de ser realizado serviço de terraplanagem de uma obra”.

A PF afirma, como reforço da tese de que a Arco pertenceria mesmo à Juscelino o fato de que duas ex-assessoras no gabinete político já foram sócias na empresa.
Além disso, pelo menos uma transação suspeita entre a Arco e Eduardo DP chamou a atenção da PF, depois que a corporação encontrou um comprovante de transferência de R$ 63 mil feita por um suposto laranja do empresário.
Defesa
Em nota, a defesa de Juscelino afirmou que o ministro é inocente e que confia que o STF rejeitará a acusação contra ele. Ainda, diz que o oferecimento de uma denúncia não implica em culpa, e “nem pode servir de instrumento para o MP pautar o país”.
“Aliás, essa é a melhor oportunidade para se colocar um fim definitivo a essa maratona de factoides que vem se arrastando por quase 3 anos, com a palavra final da instância máxima do Poder Judiciário nacional”, diz trecho da nota.
A defesa ressalta também que o caso não possui qualquer relação com sua atuação à frente do Ministério das Comunicações, cuja gestão, assim como em outros cargos, é “pautada pela transparência, eficiência e compromisso com o interesse público.
“O ministro reitera sua confiança na Justiça e na imparcialidade do Supremo Tribunal Federal, acreditando que a verdade prevalecerá e que sua inocência será devidamente comprovada”, afirma.