PF mira brasileiro preso nos EUA por fraude de US$ 290 mi com Bitcoin
Investigação da PF faz buscas em alvos ligados a Douver Braga, preso na Europa e extraditado para os EUA por esquema de pirâmide com Bitcoin
atualizado
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A Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão em endereços ligados a um brasileiro atualmente preso nos Estados Unidos por fraude milionária com Bitcoin.
Os alvos de busca têm relação com Douver Braga, brasileiro com vários processos abertos pelo Departamento de Justiça dos EUA por esquema de pirâmide financeira que atraiu mais de 100 mil clientes americanos e causou prejuízo estimado de US$ 290 milhões ou R$ 1,6 bilhão na cotação atual do dólar.
Douver Braga é da cidade fluminense de Petrópolis e fundador do Trade Coin Clube (TCC), empreendimento de criptomoedas que oferecia altos lucros aos investidores.
Atualmente, Braga está preso nos Estados Unidos, para onde foi extraditado em fevereiro após ser detido na Suíça. A investigação da PF conta com a cooperação do FBI, a polícia federal americana.
Batizada de Operação Fantasos, a ação, diz a PF, tem como objetivo “combater a prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro por meio de criptoativos.”
Cerca de 50 policiais federais cumprem 11 mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de Petrópolis (RJ) e Angra dos Reis (RJ).
Além das buscas, a Justiça autorizou o sequestro de bena no valor de até R$ 1,6 bilhão.

Braga é alvo da Comissão de Valores Mobiliários americana por suspeita de integrar um grupo responsável por um esquema internacional de fraudes. Ele morou nos EUA entre 2016 e 2021, quando realizou as fraudes.
O grupo liderado por ele ficou com parte de US$ 55 milhões em bitcoins que foram transferidos para sua plataforma.
A TCC oferecia, conforme mostra a investigação, um serviço com base em robô que supostamente realizava milhões de microtransações com Bitcoins por segundo.
De acordo com os investigadores americanos, não havia plataforma de investimento nem o software sofisticado oferecido pelo TCC.
Ao anunciar a extradição de Douver Braga, as autoridades americanas informaram que ele “comandou um esquema de fraude com mais de um século de existência, mas ele atualizou seu esquema Ponzi (pirâmide) com a novidade mais quente: bitcoin”.
“Os investidores vítimas esperaram anos para ver justiça. Parabenizo nossos parceiros federais do FBI e da Investigação Criminal da Receita Federal por seu trabalho diligente neste caso”, disse a procuradora federal Teal Luthy Miller.
“Por meio de suas falsas promessas de investimentos sofisticados e altos retornos, Braga induziu dezenas de milhares de pessoas a confiar mais de 82.000 bitcoins, avaliados em mais de US$ 290 milhões no momento do investimento, e a depositá-los na TCC”, informou o Departamento de Justiça americana à época da extradição.
Braga se declarou inocente nos EUA, mas pode pegar até 20 anos de prisão caso condenado.