Marinha não consegue comprovar se desfile militar já estava programado
Comandante da Marinha disse que desfile já estava marcado, mas o ato só foi divulgado um dia antes da votação da PEC do Voto Impresso
atualizado
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A coluna questionou à Marinha, na terça-feira, se haveria alguma comprovação de que o desfile militar que ocorreu na frente do Congresso Nacional – no dia da votação da PEC do Voto Impresso – já estava marcado com antecedência. A Força ainda não conseguiu responder.
O Almirante Almir Garnier, comandante da Marinha, alegou, após o desfile, que a data já estava definida com antecedência. “Foi uma coincidência de datas que nós não tínhamos como prever. Na verdade, o Congresso marcou na data que a gente já tinha programado”.
No site da Marinha, onde normalmente são divulgados desde eventos de doação de sangue até cerimônias militares, não houve nenhuma menção prévia ao desfile de terça-feira. A única publicação foi após o evento, na qual alegaram que o comboio “ou por Brasília” e que a “oportunidade” foi aproveitada para convidar o presidente e o ministro da Defesa para a demonstração da Operação Formosa.
O presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira decidiu na segunda-feira (09/09) que a votação da PEC do Voto Impresso pelo plenário seria no dia seguinte. Foi então que veio ao conhecimento público que a Marinha iria, “coincidentemente”, desfilar blindados, caminhões e tanques na frente do Congresso Nacional na terça-feira, 10 de agosto, no dia da votação.
O desfile militar foi encarado como uma tentativa de intimidação ao parlamento. Buscando melhorar a situação às pressas, Bolsonaro convidou, na segunda-feira à noite, os presidentes do STF, da Câmara e do Senado para participarem do ato.
A Operação Formosa acontece desde 1988, mas o convite ao presidente não é usual e pela primeira vez teve a participação do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira.