Os sinais de que o PL da Anistia não deve ser votado tão cedo
Sinais do presidente da Câmara, Hugo Motta, e dos próprios bolsonaristas indicam que o PL da Anistia não deverá ser votado agora na Casa
atualizado
Compartilhar notícia

Apesar da insistência de Jair Bolsonaro (PL), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e as próprias lideranças bolsonaristas têm dado sinais de que o projeto da anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro não deve ser votado tão cedo.
Segundo apurou a coluna, Motta sinalizou a lideranças do Congresso e a ministros do STF que não pretende pautar a proposta agora. A ideia dele seria evitar pautas que tragam embates dentro e fora da Câmara no início de sua gestão no comando da Casa.
Segundo líderes partidários, o novo presidente da Câmara também quer dar ao governo Lula tempo para tentar reorganizar sua base por meio da reforma ministerial. E Motta seria hoje a única barreira na Casa para que o projeto de anistia seja votado.
Na avaliação de caciques do Centrão, o aumento da impopularidade do governo, revelada por pesquisas, facilitaria a aprovação da anistia. Pelas projeções de deputados do grupo, há grande apoio ao projeto entre deputados federais de partidos de centro.
Outro sinal de que a proposta da anistia não deve ser votada agora vem do próprio Jair Bolsonaro. O ex-presidente agendou sua participação nos protestos marcados para o dia 16 de março e colocou como pauta prioritária a defesa do projeto.
Assim, os próprios bolsonaristas item que, antes dessas manifestações, é improvável que o projeto avance na Câmara dos Deputados, onde a matéria está parada desde 2024, quando foi enviada a um grupo de trabalho que nunca foi criado.
Estratégia em jogo
Há ainda um terceiro fator que indica que o chamado “PL da Anistia” terá tramitação mais demorada na Câmara. Como noticiou a coluna, a própria estratégia da oposição prevê que o texto volte à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
Assim, o projeto precisaria ser aprovado no colegiado antes de ser encaminhado ao plenário. A CCJ, contudo, só deve ser instalada depois do Carnaval, quando as lideranças partidárias chegarem a um consenso sobre a distribuição do comando das comissões.