Lula está em Moscou para comemorar o imperialismo comunista
Fosse Lula um democrata, estaria em Londres ou em Paris para comemorar os 80 anos da capitulação nazista às democracias ocidentais
atualizado
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Lula está em Moscou para comemorar, em 9 de maio, os 80 anos da capitulação nazista à União Soviética.
No seu perfil no X, o presidente brasileiro diz que “a vinda à Rússia reafirma nosso compromisso com o multilateralismo”. O multilateralismo é o primeiro refúgio dos cínicos.
Fosse Lula um democrata, estaria em Londres ou em Paris para comemorar hoje, 8 de maio, os 80 anos da capitulação nazista às democracias ocidentais. Seria fazer jus à memória dos pracinhas brasileiros que combateram o nazifascismo na Itália, na Segunda Guerra.
A vitória da União Soviética substituiu, no Leste Europeu, o império totalitário nazista pelo império totalitário comunista, que durou até 1989, quando caiu o Muro de Berlim.
É esse império que Vladimir Putin quer reviver, cometendo toda sorte de atrocidades na Ucrânia, que ele não desistiu de anexar e que acusa, mentirosamente, no seu oportunismo anacrônico, de ser nazista. É dessa pretensão imperialista do tirano a carga simbólica da comemoração em Moscou. Ao figurar ao lado de Vladimir Putin, portanto, Lula a chancela — e, como escreveu o jornalista William Waack, dá um tapa na cara nos pracinhas brasileiros que lutaram e morreram pela democracia.
No desembarque em Moscou, Lula carregava um livro. Ao ver a fotografia, pensei a princípio que um integrante da comitiva o havia esquecido no avião presidencial e ele fez a gentileza de resgatar. Depois, esforcei-me para acreditar que o presidente brasileiro adquiriu mesmo, durante o tempo de prisão em Curitiba, algum gosto pela leitura.
O livro se chama O Animal Social, do americano Elliot Aronson, nome festejado da psicologia social, ramo pelo qual nunca tive atração.
Dei um google para verificar do que o O Animal Social trata exatamente e encontrei uma resenha segundo a qual “desde a publicidade até a política, das relações interpessoais à identidade coletiva, este livro nos ajuda a entender por que pensamos e agimos da maneira como fazemos e como podemos nos tornar mais conscientes das forças invisíveis que moldam nossas escolhas”.
A minha impressão é que a leitura foi indicação do marqueteiro Sidônio Palmeira. Psicologia social costuma ser o credo de quem atua no mercado publicitário. Mas não há muito o que entender sobre as forças invisíveis que moldam as escolhas dos brasileiros. Na verdade, só há uma única força, e ela é bem visível: a ignorância. Boa sorte com o seu presidente.