Quadrilha fatura R$ 35 milhões com furto de cargas dos Correios
Operação VAR cumpre mandados no Pará e Maranhão contra motoristas e comerciantes envolvidos no esquema
atualizado
Compartilhar notícia

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta terça-feira (18/2), a Operação VAR, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no furto de cargas dos Correios. As ações ocorrem nos estados do Pará e Maranhão, com o cumprimento de 42 mandados de prisão e 49 de busca e apreensão. O esquema fraudulento causou um prejuízo superior a R$ 35 milhões aos cofres públicos nos últimos cinco anos.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso era composto por motoristas e ex-motoristas de transportadoras terceirizadas dos Correios, que atuavam em rotas de transporte entre São Paulo e Belém e São Paulo e Marabá. Segundo a PF, 29 motoristas e ex-motoristas foram alvos de prisão na operação.
Com o tempo, os criminosos desenvolveram técnicas para burlar os sistemas de segurança dos caminhões, como lacres e alarmes, evitando a detecção dos furtos. O foco principal do grupo eram eletrônicos de alto valor, como celulares, notebooks, tablets e televisores.
Além dos motoristas, a operação identificou um esquema de receptação e distribuição dos produtos furtados, o que levou ao cumprimento de buscas e apreensões em seis lojas de eletrônicos suspeitas de comercializar os itens roubados.
Os proprietários dessas lojas também tiveram a prisão preventiva decretada, incluindo um comerciante que já havia sido preso em 2021 pelo mesmo crime. Suas duas lojas, suspeitas de serem usadas para a receptação, foram fechadas pela PF.
Mandados e bloqueio de bens
Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Pará, que também determinou a suspensão das atividades comerciais dos estabelecimentos envolvidos e o bloqueio de valores em contas bancárias dos investigados.
Os locais de cumprimento dos mandados incluem dez cidades paraenses—Ananindeua, Belém, Benevides, Bragança, Capitão Poço, Castanhal, Marituba, Moju, Benevides e Igarapé-Açu—além de Maracaçumé, no Maranhão.
Nome da operação
A operação recebeu o nome de VAR (Video Assistant Referee, árbitro de vídeo no futebol), uma referência ao vocabulário usado pelos criminosos. Segundo a PF, os investigados costumavam se referir aos furtos utilizando termos ligados ao futebol.