Traficante procurado com recompensa milionária tem advogado brasileiro
Os EUA anunciaram que oferecem R$ 10 mi por informações sobre o paradeiro de Marset, narcotraficante uruguaio procurado na América do Sul
atualizado
Compartilhar notícia
Sebastián Enrique Marset Cabrera, 34 anos, o narcotraficante uruguaio investigado por liderar uma quadrilha transnacional especializada em tráfico de cocaína, tem dois advogados brasileiros trabalhando em sua defesa. Nessa quarta-feira (21/5), a Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) divulgou que oferece US$ 2 milhões — cerca de R$ 10 milhões — a quem tiver informações que levem à prisão de Marset.
Após a divulgação da caça ao homem, Santiago Moratório e Eduardo Mauricio, advogados do procurado, entraram em contato com a coluna para afirmar que Marset é inocente e que nunca praticou nenhum crime.
Por meio de nota, os advogados declararam que “Marset não pode ser considerado foragido, já que vive fora do distrito da culpa, e nunca foi notificado de nenhum mandado de prisão ou qualquer investigação dos EUA, inclusive para prestar esclarecimentos; e muito menos da Bolívia ou Paraguai.”
A defesa destacou, ainda, que as provas que imputaram autoria delitiva ao uruguaio são oriundas do SKY ECC — sistema que criptografa comunicações por meio do mais alto nível de criptografia — o que, segundo eles, torna as evidências nulas.
“Prova nula de pleno direito já que foram manipuladas pela polícia sa e não respeitam a cadeia de custódia da prova digital. Porém Marset, desconhece essas mensagens e nunca fez uso do referido telefone criptografado, sendo um empresário internacional de conduta ilibada”, declarou a defesa.
Por fim, os advogados apontaram que os EUA e a Bolívia inflaram a inclusão de Marset na Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), com crimes que, de acordo com eles, sequer lhe foram imputados formalmente.
A inclusão no sistema é, na visão da defesa, uma forma de forçar uma prisão e até mesmo uma extradição em caso de detenção, “o que fere a Convenções e Tratados de Direitos Humanos vigentes. E que referidos países, agem de forma ilegal e imputar crimes a familiares, cujos nunca praticaram nenhum crime com um único fim: fazer pressão com o fim deliberado e traiçoeiro de lograr êxito em prender Sebastián Marset seja o que custar.”
Recompensa milionária
A defesa brasileira reforça a probabilidade de Marset está escondido em solo brasileiro. A polícia acredita que a organização criminosa transnacional liderada pelo narcotraficante tenha traficado cocaína na Bolívia, Paraguai, Brasil, Bélgica, Holanda, Portugal e outros lugares, por isso é possível que ele esteja escondido em um país da América do Sul.
O governo dos Estados Unidos da América (EUA) está oferecendo US$ 2 milhões — cerca de R$ 10 milhões — a quem tiver informações que levem à prisão do bandido. Cabrera é acusado de ocupar o cargo de liderança no crime organizado e é procurado pelo crime no Paraguai e na Bolívia, além de ter sido indiciado nos Estados Unidos da América (EUA) por lavagem de dinheiro, decorrente da movimentação de capital provenientes de drogas.
O uruguaio é apontado como sendo o líder de uma organização transnacional responsável por 16 toneladas de cocaínas apreendidas na Europa e outras apreensões de 11 toneladas e 4,7 toneladas, na Bélgica e no Paraguai, respectivamente.
Antes de entrar no radar das forças de segurança de vários países ao redor do mundo, Marset usou sua fortuna para patrocinar times de futebol, estratégia para lavar milhões provenientes do tráfico de drogas.
Informações apontam que Santoro e seus cúmplices organizavam a coleta de recursos provenientes do narcotráfico e utilizavam mensageiros e fichas para entregar secretamente grandes quantidades de dinheiro ilícito, geralmente em euros. Os cúmplices dele eram especializados em inserir o dinheiro ilícito no sistema bancário global.
Em agosto de 2023, as autoridades bolivianas anunciaram uma recompensa de US$ 100 mil pela prisão de Marset. Agora, o Departamento dos EUA oferece até US$ 2 mi para quem ajudar a colocar o bandido atrás das grades.
Quem tiver informações, pode entrar em contato com o departamento por meio do endereço de e-mail [email protected]. Nos Estados Unidos, as denúncias também podem ser feitas presencialmente no escritório da Agência Federal de Segurança.
