Quantos parceiros sexuais anteriores fazem de você um bom partido? Entenda
Pesquisa feita por site de relacionamento britânico aponta que 52% das pessoas acha 13 o número ideal de experiências sexuais
atualizado
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Quando você vai iniciar um relacionamento, você tem curiosidade em saber quantos parceiros sexuais a outra pessoa teve antes de te conhecer? Se sim, este número tem influência na hora de decidir se a pessoa vale a pena ou não? Apesar de parecer inusitado, há quem acredite que exista um “número ideal” de parcerias anteriores.
É o que mostra uma pesquisa realizada pelo site britânico de paquera IllicitEncunters. A plataforma entrevistou dois mil usuários – sendo mil homens e mil mulheres – e os questionou sobre qual seria uma boa quantidade de parceiros sexuais anteriores a um relacionamento.
A opinião de 52% dos participantes foi que 13 seria um número bom. De acordo com o levantamento, um número muito maior que 13 significaria que a pessoal é “muito exigente” ou mesmo pouco confiável; enquanto um número muito menor deixaria claro que o(a) pretendente não tem experiência o suficiente.
De acordo com a terapeuta sexual Tâmara Dias, nenhum dos dois pensamentos tem qualquer fundo de verdade ou embasamento, ao o que também não existe um número ideal para parceiros anteriores.
“Você pode encontrar alguém que teve várias experiências e, mesmo assim, não tem a atitude que você espera. Assim como pode encontrar tudo o que deseja em uma pessoa que teve apenas uma parceria. Pessoas aprendem técnicas e acreditam que vão funcionar com todo mundo, mas não é assim que funciona. Sexo é troca, cada um tem uma preferência”, explica.
A especialista aponta que essas crenças são reprodução de um pensamento antigo e preconceituoso sobre o sexo, que continuam fazendo sentido na cabeça de muita gente. Além disso, pode ser consequência da falta de autorresponsabilidade sexual.
“Se você não sente prazer, isso não precisa ter a ver com o outro. Pode ser que você ainda não conheça seu potencial orgástico ou áreas mais erógenas, e a parceria não é obrigada a saber. Na maioria das relações, um acaba sempre tendo mais responsabilidade sexual que o outro, infelizmente”, diz.
Crenças machistas
A mesma pesquisa ainda traz outros dados, como o fato da outra pessoa ter tido muitos parceiros anteriores ser menos incômodo para as mulheres (46%) do que para os homens (59%). Ou seja, socialmente, é mais comum uma mulher se tornar “menos desejável” por ter transado com muitas pessoas do que ao contrário.
Para Tâmara, não há dúvidas que o resultado é apenas um reflexo de um cenário machista, em que a mulher ainda é julgada por fazer a mesma coisa que o homem tem total liberdade para fazer.
Mais uma consequência disso é uma outra informação trazida pela pesquisa: foi apurado que, enquanto 13% dos homens afirmam já terem mentido sobre a quantidade anterior de parcerias sexuais, 67% das mulheres fazem isso.
“Infelizmente é comum que mulheres com expectativas de relacionamento mintam sobre a quantidade de parceiros e até mesmo sobre práticas sexuais já feitas. É para evitar isso que serve a educação sexual – repensar padrões, preconceitos, mitos e tabus que apenas servem para privar a vivência prazerosa das milhões de possibilidades que a sexualidade nos dá”, afirma.
Por fim, em vez de abrir uma investigação sobre quantas pessoas seu(ua) parceiro(a) já transou, a psicóloga garante que existem diversos outros fatores mais relevantes aos quais é preciso se atentar antes de entrar em um relacionamento.
“Entender se há em si amor próprio e autoestima suficientes para estar em uma relação saudável; ter certeza do que realmente se procura naquela relação, entendendo que ninguém veio ao mundo para completar ninguém; se atentar a valores, a como o par trata você e outras pessoas”, lista.