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Leia também Saúde Estudo: ansiedade e depressão podem ser evitadas com atividade física Saúde “Cogumelos mágicos” podem ajudar o tratamento da depressão, diz estudo Futebol Comentarista da Globo, Pedrinho revela depressão profunda; veja vídeo Futebol ETC Estudo na Premier League destaca depressão entre os jogadores A professora Maria das Graças Soares de Oliveira (foto em destaque), 46, conta ter percebido que o marido, o agente da Polícia Civil do DF (PCDF) Francisco Antônio Lopes de Oliveira, mudou muito após ingressar na corporação. Após uma crise depressiva, ele tirou a própria vida. “Ele mudou muito quando entrou na polícia. Ficou mais calado, não falava muito e nem se abria. Algumas ocorrências mexiam bastante com o emocional dele, principalmente quando  envolvia crianças. Ele chegava muito abatido”, relembra a companheira. “Essa mudança foi ocorrendo gradativamente: começou a beber mais, chegava do trabalho e não dormia. Nos últimos anos, antes da morte, ele estava afundado no alcoolismo. Eu vi que o trabalho mexeu demais com o psicológico dele”, descreve Maria. 13 imagensFechar modal.1 de 13Maria das Graças Soares de Oliveira, 46Breno Esaki/Especial Metrópoles2 de 13o agente da Polícia Civil do DF (PCDF) Francisco Antônio Lopes de Oliveira se matou em 2014Breno Esaki/Especial Metrópoles3 de 13Esposa diz que marido mudou após ingressar na corporaçãoBreno Esaki/Especial Metrópoles4 de 13 A professora Maria das Graças Soares de Oliveira, 46 anos, conta sobre o sofrimento, os sintomas de depressão e as causas do suicídio de seu marido, Francisco Antônio Lopes de OliveiraBreno Esaki/Especial Metrópoles5 de 13Segundo Maria, muitos policiais têm medo de demostrar fragilidadeBreno Esaki/Especial Metrópoles6 de 13Lopes, como era chamado, trabalhou nas delegacias de Sobradinho, São Sebastião e, por fim, estava lotado na 31ª DP (Planaltina)Breno Esaki/Especial Metrópoles7 de 13Francisco se matou com um tiro na cabeça dentro da própria DP onde atuavaBreno Esaki/Especial Metrópoles8 de 13Somente em 2022, 5.676 profissionais de segurança pública procuraram por atendimento psicológicoBreno Esaki/Especial Metrópoles9 de 13De acordo com especialistas, o número ainda esconde o impacto que o desgaste mental impõeBreno Esaki/Especial Metrópoles10 de 13Breno Esaki/Especial Metrópoles11 de 13Breno Esaki/Especial Metrópoles12 de 13Breno Esaki/Especial Metrópoles13 de 13Breno Esaki/Especial Metrópoles   Lopes, como era chamado, trabalhou nas delegacias de Sobradinho, São Sebastião e, por fim, estava lotado na 31ª DP (Planaltina). O agente entrou em surto ao tornar-se alvo de um processo istrativo movido pela Corregedoria, no qual era acusado de agredir um cidadão durante exercício do ofício. O policial acabou declarado inocente após as apurações, mas, em 29 de setembro de 2014, não se sabe a razão, Francisco Antônio teve sua exoneração publicada no Diário Oficial do DF (DODF). No dia seguinte, o DODF tornou sem efeito a decisão, mas Francisco se matou com um tiro na cabeça dentro da própria DP onde atuava, antes de tomar conhecimento da correção. “Lado emocional não é trabalhado” De acordo com o diretor do Instituto de Psiquiatria Clínica de Brasília (IPCB) e médico-psiquiatra do Hospital Santa Lúcia Norte, Fábio Aurélio Leite, estudos mostram que determinadas profissões têm “insalubridade mental maior do que outras”. “No caso das forças policiais, existe o risco de morte, por estar o tempo inteiro se arriscando e lidando com o lado mais sombrio do ser humano”, destaca. “Para você lidar com isso, tem de ter uma estrutura mental muito grande e, via de regra, as pessoas que vão para atividade policial são bastante estimuladas na questão física, mas não são trabalhadas no ponto de vista mental e emocional.” Sobre os dados apresentados nesta reportagem, para o especialista, o número tende a ser maior. “Esses foram os que procuraram, mas, com certeza, os que precisam são muitos mais. Esses foram aqueles que venceram a barreira do preconceito”, aponta “A maior parte é homem, e homem tem essa questão de querer demonstrar ser forte.” “O homem geralmente tenta evitar o choro. É necessário um trabalho de prevenção, apoio e e emocional. Não adianta dar um capacete ou colete para proteger o corpo, mas não proteger a mente.” e A psicóloga e especialista em saúde mental na segurança pública Patrícia Cruz aponta que em atendimentos particulares, o agente de segurança pode se sentir mais seguro para se abrir. “O servidor deve buscar fazer terapia e atendimento médico com o profissional que lhe convém e conforme sua disponibilidade. 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Isso identificamos nas narrativas com policias que tentaram ou pensam em se matar.” Ainda de acordo com a especialista, a agressividade é um dos sinas de que algo não vai bem, além de perda de sono, suor e tremores nas mãos. “Acaba reproduzindo o comportamento que tem no ambiente de trabalho em casa. É uma rotina de trabalho pesada que acaba afetando a vida cotidiana. Quando ele volta para casa, parece um estranho”. “Muitos não buscam ajuda, pois não conseguem perceber que estão doentes.” Busque ajuda O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem. Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. 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No DF, 5,6 mil policiais e bombeiros buscaram ajuda psicológica em 2022

Segundo especialistas, os números são subnotificados, tendo em vista que muitos optam por sofrer em silêncio

atualizado

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Breno Esaki/Especial Metrópoles
Viúva de Policial Civil que cometeu suicídio fala sobre saúde mental nas forças de segurança. Sobradinho I (DF), 10/11/2022. Foto Breno Esaki/Especial Metrópoles
1 de 1 Viúva de Policial Civil que cometeu suicídio fala sobre saúde mental nas forças de segurança. Sobradinho I (DF), 10/11/2022. Foto Breno Esaki/Especial Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

Garantir a ordem pública é um dos principais papéis das forças de segurança, sejam policias militares, civis ou bombeiros. Acostumados a demonstrar força durante o serviço, milhares desses profissionais padecem de doenças psicológicas.

Levantamento obtido pelo Metrópoles por meio da Lei de o à Informação (LAI) mostra que, de janeiro a setembro de 2022, 5.676 integrantes de alguma dessas três corporações buscaram atendimento psicológico.

Atualmente, o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) conta com um efetivo ativo de 6.163 militares. Já na Polícia Militar do DF (PMDF), são 10.662 em atuação. Até setembro deste ano, 2.724 bombeiros procuraram por ajuda, o que corresponde a 44,19% da corporação. Na PM, foram 1.917, algo próximo de 18%. Por fim, na PCDF, dos 3.871 servidores, 1.035 buscaram por apoio psicológico — quase 27%.

Segundo especialistas, o número ainda esconde o impacto que o desgaste mental impõe, tendo em vista que muitos sofrem em silêncio por medo de julgamentos.

A professora Maria das Graças Soares de Oliveira (foto em destaque), 46, conta ter percebido que o marido, o agente da Polícia Civil do DF (PCDF) Francisco Antônio Lopes de Oliveira, mudou muito após ingressar na corporação. Após uma crise depressiva, ele tirou a própria vida.

“Ele mudou muito quando entrou na polícia. Ficou mais calado, não falava muito e nem se abria. Algumas ocorrências mexiam bastante com o emocional dele, principalmente quando  envolvia crianças. Ele chegava muito abatido”, relembra a companheira.

“Essa mudança foi ocorrendo gradativamente: começou a beber mais, chegava do trabalho e não dormia. Nos últimos anos, antes da morte, ele estava afundado no alcoolismo. Eu vi que o trabalho mexeu demais com o psicológico dele”, descreve Maria.

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o agente da Polícia Civil do DF (PCDF) Francisco Antônio Lopes de Oliveira se matou em 2014
Esposa diz que marido mudou após ingressar na corporação
 A professora Maria das Graças Soares de Oliveira, 46 anos, conta sobre o sofrimento, os sintomas de depressão e as causas do suicídio de seu marido, Francisco Antônio Lopes de Oliveira
Segundo Maria, muitos policiais têm medo de demostrar fragilidade
Lopes, como era chamado, trabalhou nas delegacias de Sobradinho, São Sebastião e, por fim, estava lotado na 31ª DP (Planaltina)
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Maria das Graças Soares de Oliveira, 46

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o agente da Polícia Civil do DF (PCDF) Francisco Antônio Lopes de Oliveira se matou em 2014

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Esposa diz que marido mudou após ingressar na corporação

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A professora Maria das Graças Soares de Oliveira, 46 anos, conta sobre o sofrimento, os sintomas de depressão e as causas do suicídio de seu marido, Francisco Antônio Lopes de Oliveira

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Segundo Maria, muitos policiais têm medo de demostrar fragilidade

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Lopes, como era chamado, trabalhou nas delegacias de Sobradinho, São Sebastião e, por fim, estava lotado na 31ª DP (Planaltina)

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Francisco se matou com um tiro na cabeça dentro da própria DP onde atuava

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Somente em 2022, 5.676 profissionais de segurança pública procuraram por atendimento psicológico

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De acordo com especialistas, o número ainda esconde o impacto que o desgaste mental impõe

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Lopes, como era chamado, trabalhou nas delegacias de Sobradinho, São Sebastião e, por fim, estava lotado na 31ª DP (Planaltina). O agente entrou em surto ao tornar-se alvo de um processo istrativo movido pela Corregedoria, no qual era acusado de agredir um cidadão durante exercício do ofício.

O policial acabou declarado inocente após as apurações, mas, em 29 de setembro de 2014, não se sabe a razão, Francisco Antônio teve sua exoneração publicada no Diário Oficial do DF (DODF). No dia seguinte, o DODF tornou sem efeito a decisão, mas Francisco se matou com um tiro na cabeça dentro da própria DP onde atuava, antes de tomar conhecimento da correção.

“Lado emocional não é trabalhado”

De acordo com o diretor do Instituto de Psiquiatria Clínica de Brasília (IPCB) e médico-psiquiatra do Hospital Santa Lúcia Norte, Fábio Aurélio Leite, estudos mostram que determinadas profissões têm “insalubridade mental maior do que outras”.

“No caso das forças policiais, existe o risco de morte, por estar o tempo inteiro se arriscando e lidando com o lado mais sombrio do ser humano”, destaca. “Para você lidar com isso, tem de ter uma estrutura mental muito grande e, via de regra, as pessoas que vão para atividade policial são bastante estimuladas na questão física, mas não são trabalhadas no ponto de vista mental e emocional.”

Sobre os dados apresentados nesta reportagem, para o especialista, o número tende a ser maior. “Esses foram os que procuraram, mas, com certeza, os que precisam são muitos mais. Esses foram aqueles que venceram a barreira do preconceito”, aponta “A maior parte é homem, e homem tem essa questão de querer demonstrar ser forte.”

“O homem geralmente tenta evitar o choro. É necessário um trabalho de prevenção, apoio e e emocional. Não adianta dar um capacete ou colete para proteger o corpo, mas não proteger a mente.”

e

A psicóloga e especialista em saúde mental na segurança pública Patrícia Cruz aponta que em atendimentos particulares, o agente de segurança pode se sentir mais seguro para se abrir.

“O servidor deve buscar fazer terapia e atendimento médico com o profissional que lhe convém e conforme sua disponibilidade. Porém, a busca sempre é individual, e o tratamento depende do compromisso do servidor com a sua saúde mental”, destaca.

“Na segurança pública, o medo de errar é algo intrínseco à profissão e, por essa razão, deve ser papel da instituição prover apoio jurídico de qualidade para que seus agentes sejam defendidos, quando necessário”, argumenta Patrícia.

“Estranho dentro de casa”

“Hoje, se a gente for analisar os graus de adoecimento, mais de 70% dos policiais sofrem com depressão e ansiedade”, destaca a socióloga, doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente do Instituto de Pesquisa, Prevenção e Estudos em Suicídio (IPPES), Dayse Miranda. “Os familiares não compreendem muito, assim como boa parte da população. Muitos acabam buscando refúgio no álcool e nas drogas. Isso identificamos nas narrativas com policias que tentaram ou pensam em se matar.”

Ainda de acordo com a especialista, a agressividade é um dos sinas de que algo não vai bem, além de perda de sono, suor e tremores nas mãos. “Acaba reproduzindo o comportamento que tem no ambiente de trabalho em casa. É uma rotina de trabalho pesada que acaba afetando a vida cotidiana. Quando ele volta para casa, parece um estranho”. “Muitos não buscam ajuda, pois não conseguem perceber que estão doentes.”

Busque ajuda

O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está ando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.

 

Arte/Metrópoles

Disque 188

A cada mês, em média, mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.

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