Cannes 2019: filme brasileiro Bacurau ganha prêmio do júri
Cinema nacional se destaca de novo no festival. Na sexta (24/05), o longa A Vida Invisível de Eurídice Gusmão levou a mostra Um Certo Olhar
atualizado
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O filme brasileiro Bacurau, dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ganhou o prêmio do júri na cerimônia de encerramento do Festival de Cannes 2019, realizada neste sábado (25/05/2019), na França. Terceiro mais importante da mostra, o troféu foi dividido com o longa francês Os Miseráveis, de Ladj Ly. A Palma de Ouro, honra principal, ficou com Parasite, do sul-coreano Bong Joon-ho, conhecido por O Hospedeiro (2006) e Okja (2017).
Com Sônia Braga, Karine Teles e o alemão Udo Kier no elenco, Bacurau tem estreia prevista nos cinemas do Brasil em 30 de agosto.
O prêmio consagra a grande participação do cinema nacional na 72ª edição do festival, a principal vitrine para a produção autoral e independente no mundo.
Na sexta (24/05), A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, dirigido pelo cearense Karim Aïnouz e com Carol Duarte e Fernanda Montenegro no elenco, sagrou-se o título vencedor da mostra Um Certo Olhar, a segunda mais importante do evento. Foi o primeiro troféu do Brasil nesta seção do festival.
O país não conquistava honras de relevo em Cannes desde 2008, quando Sandra Corveloni recebeu o prêmio de melhor atriz por Linha de e (2008), longa assinado por Walter Salles e Daniela Thomas.
Mendonça Filho, habitué do festival francês, esteve na croisette há três anos com Aquarius (2016), também protagonizado por Sônia Braga. Apesar de bastante elogiado, o longa saiu da programação sem prêmios.
“Este é o meu 20º ano no festival. Já vi muitos filmes aqui como crítico”, comemorou Mendonça Filho, também autor de O Som ao Redor (2012). Dornelles, designer de produção de várias produções do cineasta conterrâneo, dedicou o prêmio aos trabalhadores brasileiros.
Brasil em Cannes
A Vida Invisível e Bacurau foram dois dos seis trabalhos brasileiros que aram nas telas de Cannes em 2019. Outro destaque foi Sem Seu Sangue, de Alice Furtado, que participou da mostra Quinzena dos Realizadores.
A única Palma de Ouro do Brasil foi conquistada em 1962, com O Pagador de Promessas, filme de Anselmo Duarte. Sete anos depois, Glauber Rocha levou o prêmio de melhor diretor por O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969).