Netflix: Love, Death & Robots é animação para além de geeks e gamers
Em 18 episódios, nova série antológica da Netflix traz discussões filosóficas na forma de animações com qualidade impressionante
atualizado
Compartilhar notícia
Assistir aos 18 episódios de Love, Death & Robots, nova série antológica da Netflix lançada na última sexta-feira (15/3), é se indagar constantemente sobre o que você está vendo na tela, por diversos motivos. Entre discussões filosóficas, horizontes pós-apocalípticos niilistas e contatos imediatos do terceiro grau, a qualidade das animações nos faz questionar, principalmente, como várias delas conseguem chegar tão perto da realidade.
Na união de Tim Miller, diretor de Deadpool, e de David Fincher, oscarizado em A Rede Social e O Curioso Caso de Benjamin Button, a série traz animações sem qualquer relação entre si além de uma capacidade constante de causar iração. Com duração entre 5 e 17 minutos no máximo, cada curta mostra um ambicioso desejo não apenas de trabalhar possibilidades narrativas nesse escasso espaço temporal mas, em diversos casos, deslumbrar pela tecnologia usada para construir essas histórias.
O caso que mais impressiona é Para Além da Fenda de Áquila: o capítulo é uma demonstração surpreendente do quanto a tecnologia de captura de movimentos somada à computação gráfica está evoluída. Mas não é somente nesse aspecto que Love, Death & Robots se torna necessário. Episódios como A Testemunha entregam uma viagem visual psicodélica belíssima de acompanhar; outros, como Histórias Alternativas, apelam para a comicidade ao contar diversas formas diferentes para a morte de Hitler.
Há ainda modelos mais tradicionais de animação, como no caso de Proteção Contra Alienígenas, e completo surrealismo narrativo: Quando o Iogurte Assumiu o Controle traz a humanidade sendo comandada pelo alimento descrito no título. E, mesmo que nem todos consigam causar o mesmo impacto (até porque o piloto, A Vantagem de Sonnie, coloca as expectativas nas alturas por ser tão cool), a antologia conquista, com seu arrojo, não apenas geeks apaixonados por vídeo-game.
Love, Death & Robots é uma demonstração, também, de como a Netflix está testando formas diferentes de entregar seus produtos, permitindo que os roteiros possam ir além de blockbusters ou séries sedentas por plot-twists. Ainda que deixe claro sua busca por causar deslumbre no espectador, também apresenta novas possibilidades de contar histórias e, por que não, muitos episódios que merecem um seriado inteiro.
