O momento emocionante ocorreu quando Alexandre contava que era fã da cantora e exaltava sua relevância para a população negra. “A Elza cantou muito que ‘a carne mais do mercado é a carne negra’. Foi uma mulher atuante: denunciou e falou sobre o racismo, sobre a opressão da população negra, foi uma mulher que se posicionou muito em relação às questões da mulher, da comunidade LGBTQIA+, uma mulher a frente do tempo. Elza foi uma artista muito, mas muito necessária e muito atual”, disse.
“Deixa uma lacuna na música popular brasileira, mas também um legado. Aquele corpo que está ali é de uma mulher que marcou sim a história da música brasileira, a história do Brasil. Uma mulher com uma lucidez política estrondosa. Sou fã de Elza, estou muito tocado porque a Elza marcou diversas gerações, cantou com diversos cantores e gêneros. Estou com o coração na mão e nó na garganta que a gente se despede dessa cantora, uma das maiores do mundo”, concluiu o jornalista.
Elza também foi homenageada no Jornal Nacional. Após exibição de matéria, Renata Vasconcellos também se emocionou e encerrou o telejornal com a voz embargada.
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Elza Gomes da Conceição nasceu na favela carioca de Moça Bonita, em 23 de junho de 1930
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Aos 91 anos, no dia 20 de janeiro de 2022, Elza faleceu de causas naturais, em casa. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cantora
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Ao todo, Elza teve sete filhos. Aos 21 anos, Elza já era viúva do primeiro marido e tinha perdido dois de seus filhos, que morreram de fome
Material cedido ao Metrópoles
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"A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo o mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim"
Michael Melo/Metrópoles
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Mesmo com a dor, Elza presenteou o mundo com seu jeito único de cantar. Ela se tornou uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira. Iniciou a trajetória nos concursos de rádio, no anos 1950. Nas décadas seguintes, construiu uma grande trajetória no samba
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Ao longo da brilhante carreira, Elza Soares lançou 34 discos e, nos anos mais recentes, aproximou-se de sons contemporâneos, como o hip-hop e a música eletrônica
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O disco A Mulher do Fim do Mundo foi eleito pelo jornal The New York Times como um dos 10 melhores do ano de 2016. O último álbum dela foi Planeta Fome, lançado em 2019
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Em 1963, ela gravou a canção Eu Sou A Outra, sobre o assunto, sacudindo a sociedade conservadora do Brasil
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A morte da cantora ocorre exatos 39 anos depois da morte de Garrincha, com quem ela foi casada
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Elza Soares e Garrincha, ídolo do Botafogo, viveram um romance cheio de altos e baixos de 1966 a 1982. O relacionamento entre eles começou escondido, pois Garrincha era casado na época e a cantora foi taxada de amante do jogador e responsável pelo fim do matrimônio anterior dele.
A paixão entre os dois durou 17 anos e eles tiveram um filho, Júnior, que morreu em 1986, em um acidente de carro