Haddad defende aproximação de Brasil e EUA: “Faremos isso com Trump”
O ministro Fernando Haddad ressaltou que o Brasil defende o multilateralismo e mantém “parcerias consolidadas” com diversas nações
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou, nesta segunda-feira (5/5), que o Brasil tem interesse em se “aproximar mais” dos Estados Unidos. Segundo ele, o governo federal continuará estreitando laços com a gestão do presidente dos EUA, Donald Trump.
“Temos o interesse em nos aproximar mais dos Estados Unidos. Fizemos isso na istração [de Joe] Biden, faremos isso na istração Trump. Há complementaridades importantes entre nossas economias que podem ser exploradas e devem ser exploradas”, disse o ministro durante “Uma conversa com o Ministro da Fazenda do Brasil”, na 28ª Conferência Global do Instituto Milken, em Los Angeles, na Califórnia.
Vale lembrar que o governo de Donald Trump vem impondo uma série de taxas contra outros países, incluindo o Brasil. O presidente dos EUA começou a pôr em prática medidas mais protecionistas, com o objetivo de proteger a economia norte-americana.
Haddad ressaltou que o Brasil defende o multilateralismo e mantém “parcerias consolidadas” com diversas nações.
“O Brasil tem todas as parcerias consolidadas com o Sudeste Asiático, com a Europa, com os Estados Unidos, Mercosul. Tem ótimas relações com os grandes blocos econômicos, acabamos de fechar um acordo com a União Europeia”, reforçou ele.
“A América do Sul, em especial, é um território geopolítico muito favorável ao investimento, representa segurança jurídica, política, energética e sustentável. Enfim, temos um potencial enorme”, destacou o ministro.
Os Brics
Durante a fala, Haddad também comentou sobre o papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), mais conhecido como Banco do Brics — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (membros-fundadores) e por mais cinco países-membros: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
“Os Brics cresceram. O importante dos Brics é que tem um papel de forçar o multilateralismo”, disse ele. Além disso, o ministro ressaltou que o mundo, até pouco tempo atrás, estava habituado a pensar apenas em G7 e G8.
“Quando você abre um pouco mais e reconhece que tem novos atores no cenário global, que tem destaque muito grande, você começa a mudar a ordem das coisas”, declarou. “Os Brics são 2/3 da população mundial, quase 80% do PIB”, destacou.
Ele prosseguiu: “Ou seja, estamos falando de um grupo de pessoas que pode efetivamente fazer com que propostas na OCDE deslanchem, novas encomendas sejam feitas. Isso vai ficando mais fácil em um ambiente plural. Eu penso que os Brics dialogam com essa agenda, de ampliar um pouco o debate para facilitar as reformas institucionais necessárias”.
Agenda internacional de Haddad
Segunda-feira (5/5):
- Reunião bilateral com Ruth Porat, CFO do Google;
- Participa do “Global Investors View: Brazil” (fechado), com Sergio Suchodolski, do Milken Institute;
- Participa do “Uma conversa com o Ministro da Fazenda do Brasil” (público), com Laura Lacey, do Milken Institute;
- Reunião bilateral com Jensen Huang, CEO da NVIDIA, em São Francisco;
- Visita às instalações da empresa NVIDIA, também em São Francisco.
Terça-feira (6/5)
- Participa de mesa redonda organizada pela Amcham Brasil;
- Reunião bilateral com executivos da Amazon;
- Parte para a Cidade do México, capital do México.
Quarta-feira (7/5)
- Café da manhã com atores econômicos brasileiros no México;
- Reunião bilateral com Edgar Amador Zamorra, secretário da Fazenda e Crédito Público do México.
A viagem aos Estados Unidos ao México tem o objetivo de atrair investimentos em data centers para o Brasil. O retorno do ministro Haddad está previsto para a tarde desta quarta, com chegada a Brasília na madrugada de quinta-feira (7/5).