Em Haia, Nicarágua acusa Alemanha de apoiar genocídio na Faixa de Gaza
Na Corte Internacional de Justiça (CIJ), Nicarágua acusou a Alemanha de facilitar o que chamou de genocídio israelense contra palestinos
atualizado
Compartilhar notícia

O governo da Nicarágua acusou a Alemanha, perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), de facilitar o que chamou de genocídio israelense contra palestinos. A denúncia foi apresentada na última semana e começou a ser discutida pelo tribunal na manhã desta segunda-feira (8/4).
Na audiência de abertura do caso, representantes nicaraguenses pediram que a Corte Internacional das Nações Unidas (ONU), com sede em Haia, na Holanda, impeça a Alemanha de fornecer armas e outros tipos de assistência para Israel por considerar que a prática facilita a “prática do genocídio”.
Carlos José Francisco Arguello Gomez, embaixador da Nicarágua na Holanda e líder da delegação do país, afirmou que “graves violações do direito humanitário internacional” estão acontecendo na Palestina.
Segundo o diplomata, o governo de Olaf Scholz não soube “diferenciar entre autodefesa e genocídio” na guerra entre Israel e Hamas.
Em sua argumentação, o advogado da Nicarágua, Daniel Mueller, chamou de patética a atuação de alguns países que enviam ajuda humanitária para a Faixa de Gaza mas continuam apoiando militarmente o governo de Benjamin Netanyahu.
“[…] É uma desculpa patética para as crianças, mulheres e homens palestinos fornecer ajuda humanitária, inclusive através de lançamentos aéreos, por um lado, e fornecer equipamento militar que é usado para matá-los e aniquilá-los”, disse ao tribunal.
Nicarágua critica suspensão de ajuda financeira da Alemanha
Além do envio de armas para Israel, o governo de Daniel Ortega afirmou que a retirada de fundos da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) também facilita o “cometimento do genocídio” contra palestinos.
Assim como outros países, a Alemanha suspendeu a assistência financeira à agência após Israel acusar funcionários da organização de estarem envolvidos no ataque do Hamas em 7 de outubro.
O caso volta a ser discutido nesta terça-feira (9/4), com a defesa do governo da Alemanha que deve refutar as acusações de Nicarágua perante a Corte.