Igreja Católica de Portugal promete “pedir perdão” às vítimas de abuso
Comissão independente que investiga casos no país divulgou, até o momento, 290 denúncias de abuso sexual ligados à instituição
atualizado
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A Igreja Católica de Portugal está disposta a reconhecer os abusos sexuais divulgados por comissão independente na última semana e a “pedir perdão” às vítimas. Um grupo de trabalho divulgou, nesta semana, 290 casos de violência sexual relacionadas à instituição.
“Aqui estamos nós, plenamente conscientes e comprometidos, prontos para reconhecer e corrigir os erros do ado”, salientou o Manuel Clemente, prelado máximo da igreja portuguesa, durante a missa crismal pré-pascal.
Segundo Clemente, os religiosos estão “especialmente atentos” à questão da proteção do “menor dentro da Igreja”, com o intuito de proteger e “prevenir adequadamente no futuro” casos de violência sexual dentro da instituição.
Entenda o caso
Comissão independente divulgou, nesta semana, 290 casos de violência sexual dentro da Igreja Católica de Portugal. Dentre eles, 16 foram entregues às autoridades judiciais do país.
O grupo, instaurado há três meses, indica que há indícios de ocultação de casos por parte do clero. Os casos reportados vão desde mensagens com cunho sexual até toques e violências contra crianças de 2 a 17 anos.
As vítimas dos abusos nasceram entre 1993 e 2009 e os casos são relatados em diferentes regiões do país. As agressões ocorreram em colégios e instituições religiosas, mas há indícios que os episódios aconteceram também durante aulas em escolas públicas onde pessoas ligadas à igreja ministravam aulas de educação moral e religião católica.
De acordo com a equipe que investiga o caso, os abusos eram uma prática habitual. “Alguns bispos portugueses participaram neste encobrimento”, afirmou o presidente da comissão e psiquiatra, Pedro Strecht.