Ministro se pronuncia sobre decisão dos EUA que pode atingir Moraes
Governo dos EUA anunciou restrições de vistos para autoridades que praticarem o que classificaram como “censura de americanos”
atualizado
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O chanceler Mauro Vieira se pronunciou sobre a decisão do governo dos Estados Unidos de restringir vistos para autoridades estrangeiras acusadas de promover censura contra norte-americanos. A parlamentares da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (28/5), o chefe da diplomacia brasileira disse que os interesses do Brasil estão em “primeiro lugar”.
Vieira foi questionado pelo deputado Carlos Zarattini (PT) sobre o anúncio realizado horas antes pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, classificado pelo petista como “ingerência” norte-americana sobre o Brasil. Ao responder, o ministro das Relações Exteriores afirmou que o Brasil não possui nenhuma parceria incondicional.
“Queria relembrar as palavras que disse, em referência ao Barão de Rio Branco [pai da diplomacia brasileira], dizendo que o Brasil não tem alianças, não tem parcerias incondicionais”, declarou o chanceler. “O principal é o interesse nacional, que está em primeiro lugar”, acrescentou Mauro Vieira.
Entenda o que está acontecendo
- O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes tem sido acusado de promover censura por meio de suas ordens judiciais. Segundo parlamentares dos EUA, as ordens do ministro atingem empresas localizadas nos EUA e cidadãos que estão no país.
- Tudo começou após o ministro do STF suspender o X no Brasil, em 2024, depois de a rede social descumprir determinações judiciais em solo brasileiro.
- O ministro brasileiro chegou a ser alvo de uma ação judicial apresentada pela plataforma Rumble, em parceria com uma empresa de Trump. Elas pediam para não serem obrigadas a cumprir ordens de Moraes.
- No dia 21 de maio, Rubio disse que existe uma “grande possibilidade” de Moraes ser alvo de sanções norte-americanas com base na Lei Global Magnitsky.
Além disso, o ministro brasileiro afirmou que a decisão sobre visto é uma política soberana de cada país, onde não cabem explicações sobre permissões, ou não.
“É uma decisão do país [sobre vistos], soberana de cada país conceder ou negar, e não tem que dar explicação”, disse o chanceler aos parlamentares na Câmara.
Restrição
Na manhã desta quarta-feira (28/5), o secretário de Estado de Donald Trump, Marco Rubio, anunciou uma nova política que visa restringir vistor para autoridades estrangeiras, acusadas de censurar norte-americanos.
Ainda que não tenha citado diretamente qualquer autoridade, a decisão do governo dos EUA acontece em meio à ameaças contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última semana, a istração norte-americana confirmou que o ministro brasileiro pode ser alvo de sanções norte-americanas, após meses de articulação entre a oposição brasileira e autoridades dos EUA.