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O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, falou neste sábado (18/1) durante cerca de 40 minutos em audiência para “recuperar sua honra”. O líder conservador, preso desde a quarta-feira (15/1), “explicou e respondeu detalhadamente os fatos, provas e questões jurídicas”, segundo o advogado Yoon Kab-keun. As informações são da agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Ainda segundo a agência de notícias, fora do tribunal, cerca de 10 mil pessoas se reuniram para apoiar Yoon, exibindo cartazes com a mensagem “liberem o presidente”. A polícia prendeu 16 manifestantes que tentaram entrar à força no local.
A audiência durou cerca de cinco horas e o presidente afastado deixou o tribunal em um veículo do Ministério da Justiça, em direção à prisão onde está detido desde quarta-feira (15/1).
Logo depois, o Escritório de Investigações sobre Corrupção afirmou, em comunicado, que dois veículos transportando membros de sua equipe foram atacados por partidários de Yoon.
O tribunal deve agora decidir se liberta ou se estende a prisão do líder conservador em mais 20 dias. A previsão é de que a decisão seja anunciada até domingo (19/1).
Crise na Coreia do Sul
Yoon Suk Yeol é acusado de ter provocado uma grave crise na Coreia do Sul ao decretar lei marcial em dezembro. O objetivo, segundo ele, era proteger o país “de forças comunistas norte-coreanas” e “de elementos hostis ao Estado”.
A permanência do presidente afastado na prisão permitiria aos procuradores oficializar uma acusação por insurreição. Caso o mandado de prisão for emitido, “Yoon não poderá voltar para casa durante um longo período”, avalia o analista político Park Sang-byung. Outros especialistas em política sul-coreana acreditam que as chances de que o presidente afastado seja libertado são mínimas.
Em 14 de dezembro, a Assembleia de Deputados do país aprovou uma moção de destituição contra o líder conservador, suspendendo-o de suas funções. No entanto, até que a Corte Constitucional valide o impeachment, Yoon Suk Yeol continua sendo oficialmente o presidente da Coreia do Sul.
Neste processo, paralelo às investigações, a jurisdição tem o prazo até meados de junho para destitui-lo ou restabelecer suas funções.
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