Azul terá financiamento de US$ 1,6 bilhão e devolverá aviões antigos
Segundo o vice-presidente institucional da companhia, Fábio Campos, a recuperação judicial da Azul nos EUA não deve prejudicar clientes
atualizado
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A Azul, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, deve contar com um financiamento de cerca de US$ 1,6 bilhão para eliminar parte de sua dívida e devolverá aeronaves mais antigas, em meio ao processo de recuperação judicial da empresa nos Estados Unidos.
Segundo o vice-presidente institucional da companhia, Fábio Campos, que concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (30/5), a recuperação judicial nos EUA não deve causar maiores impactos ou prejudicar os clientes.
As declarações foram dadas um dia depois da primeira audiência da Azul diante da Justiça norte-americana.
A intenção da companhia, observou o executivo, é manter todos os seus ativos e prosseguir normalmente as operações. A Azul deve negociar um possível adiamento do pagamento de dívidas ou mesmo um novo empréstimo.
“Parte desse capital será usada para comprar uma parte da dívida e parte para custear a operação da empresa durante esse período”, afirmou Campos aos jornalistas.
Aeronaves devolvidas
O executivo também disse que a Azul deve promover uma redução da frota em 35%, como já havia sido informado em apresentação a investidores encaminhada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Como parte da reestruturação da companhia, aeronaves mais antigas e motores devem ser devolvidos a arrendadores, como parte do processo de reestruturação.
A devolução deve envolver modelos de aeronaves que deixaram de ser usadas. A maioria dos aviões é da categoria Embraer E-1.
De acordo com a Azul, as devoluções buscam otimizar as operações com menor custo, com modelos novos e mais econômicos, que seriam incorporados enquanto contratos de leasing (aluguel de aeronaves) seriam encerrados.
Recuperação judicial da Azul
A Azul recorreu ao “Chapter 11” – mecanismo jurídico nos EUA que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras. O instrumento é semelhante ao da recuperação judicial no Brasil.
De acordo com comunicado da Azul, o processo iniciado nos EUA “permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira”.
“A Azul pretende usar esse instrumento legal, comprovado e amplamente conhecido, para eliminar aproximadamente US$ 2 bilhões em dívida total financiada, reduzir obrigações de arrendamento e otimizar sua frota, permitindo que a companhia saia do processo com mais flexibilidade e uma estrutura de negócios e de capital mais sustentável”, diz a companhia aérea.
Ainda segundo a Azul, o processo envolve US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, o equivalente a cerca de R$ 11,2 bilhões, além de US$ 950 milhões em possíveis novos aportes de capital no momento de saída da recuperação judicial.
A empresa afirma também, que durante esse período, continuará operando normalmente, mantendo “compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume”.