Mercado aliviado: dólar sobe e Bolsa fica estável com acordo EUA-China
Moeda americana fechou em alta de 0,53%, a R$ 5,68. Ibovespa registrou pequena elevação de 0,04%. Washington e Pequim abrandaram tarifas
atualizado
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Os mercados globais de câmbio e ações foram guiados nesta segunda-feira (12/5) pelo acordo sobre tarifas, firmado entre Estados Unidos e China no fim de semana. No Brasil, o resultado da negociação foi uma alta do dólar, que registrou elevação de 0,53% frente ao real, cotado a R$ 5,68. Já o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), subiu 0,04%, aos 136.566 pontos. Por ser ínfima, tal variação indica estabilidade do indicador.
No domingo, representantes dos Estados Unidos e da China anunciaram o compromisso de parar a cobrança de tarifas sobre produtos importados por 90 dias. Washington concordou em reduzi-las de 145% para 30% ao longo desse período. Pequim aceitou diminuir as sobretaxas de 125% para 10%.
O anúncio do entendimento, ainda que provisório, trouxe alívio para o mercado, principalmente nos EUA. As Bolsas de Nova York, nesse embalo, registraram forte alta. Às 16h30, o S&P 500 registrava alta de 3,08%, o Dow Jones subia 2,63% e o Nasdaq, que concentra ações de empresas do setor de tecnologia, avançava 3,68%.
Na Europa, a situação repetiu-se. O índice europeu STOXX 600 fechou em alta de 1,21%. Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 avançou 0,59% e, em Frankfurt, o DAX teve leve valorização de 0,29%. Em Paris, o CAC 40 saltou 1,37%.
Ouro em queda
Outra prova do alívio das tensões globais com o acordo EUA-China foi a queda do ouro. O metal vinha cumprindo o papel de “porto seguro” do mercado, diante do cenário de elevada instabilidade criado pelas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2 de abril.
Os contratos futuros de ouro com vencimento para junho caíam 3,47%, a US$ 3.228,0 por onça-troy (31,1 gramas), na Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
Alta do Petróleo
Em contrapartida, os preços do petróleo no mercado internacional dispararam, puxando as ações da Petrobras no Brasil (veja abaixo). Pela manhã, os contratos futuros do tipo Brent, referência internacional, subiam 3,60%, a US$ 66,21 por barril, enquanto o WTI, a referência americana, valorizava 3,85%, a US$ 63,38.
Com o acordo, os investidores am a apostar em uma normalização, mesmo que momentânea, do mercado mundial, com a manutenção da corrente de comércio entre americanos e chineses. Isso diminui as chances de recessão nos EUA, que estavam no radar dos analistas, e reduz as incertezas. Em suma, a medida melhora a perspectiva de crescimento global. Daí, a valorização do petróleo anotada nesta segunda-feira.
Dólar no mundo e no Brasil
Outro efeito da negociação foi o fortalecimento global do dólar. Às 16h30, o índice DXY, que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas de mercados desenvolvidos, registrava elevação de 1,46%, aos 101,80 pontos. No Brasil, o impacto desse movimento foi a alta de 0,53%.
“O dólar sobe frente ao real nesta sessão, acompanhando o movimento global de valorização da moeda americana”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad. “O entendimento entre EUA e China provoca alívio nos mercados internacionais ao diminuir momentaneamente os riscos de recessão global e reduzir parcialmente as expectativas inflacionárias.”
Emerson Viera Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos, observa que, com a menor tensão entre EUA e China, os investidores voltaram-se para o mercado americano. “E isso valorizou o dólar”, afirma.