Prejuízo da Gol dispara quase 5 vezes e vai a R$ 5,1 bilhões no 4º tri
Segundo a Gol, resultado do último trimestre do ano ado se deve ao aumento das despesas financeiras e aos custos e despesas operacionais
atualizado
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A Gol fechou o quarto trimestre do ano ado registrando um prejuízo líquido de R$ 5,1 bilhões, de acordo com resultados divulgados nesta sexta-feira (28/3) pela companhia aérea.
Principais dados
- O desempenho da empresa no período entre outubro e dezembro de 2024 representa um aumento de quase cinco vezes (ou cerca de 365%) no prejuízo reportado no quarto trimestre do ano anterior (R$ 1,098 bilhão).
- Segundo a Gol, o resultado do último trimestre do ano ado se deve, principalmente, ao aumento das despesas financeiras e aos custos e despesas operacionais.
- O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente somou R$ 1,89 bilhão no quarto trimestre, uma alta de 17,2% em relação ao mesmo período de 2023.
- A receita líquida da Gol foi de R$ 5,5 bilhões, o que significou um crescimento anual de 9,5%.
- Já o caixa total da companhia (que inclui caixa, equivalentes de caixa e aplicações financeiras) bateu R$ 2,5 bilhões entre outubro e dezembro de 2024. O
- O caixa somado às contas a receber somou R$ 5,6 bilhões, o que correspondeu a 29,5% da receita dos últimos 12 meses.
Empréstimos, financiamentos e dívida
No dia 31 de dezembro de 2024, os empréstimos e financiamentos contabilizados pela Gol somavam R$ 22,6 bilhões. O ivo total de arrendamento era de R$ 12,1 bilhões.
A dívida bruta total do último trimestre do ano ado foi de R$ 34,7 bilhões, um aumento anual de 73%.
Projeções
Para 2025, a Gol projeta uma receita líquida entre R$ 22,1 bilhões e R$ 22,7 bilhões.
As estimativas da companhia consideram uma cotação média do dólar de R$ 6,04 neste ano.
“Estas projeções financeiras poderão ser ajustadas para incorporar a evolução do desempenho operacional e financeiro da Gol, bem como eventuais mudanças na economia brasileira e no mercado em que a Gol atua, incluindo variações do crescimento do PIB, taxa de juros, câmbio e tendência no preço do petróleo”, informou a empresa.
Fusão Gol-Azul
A Gol está negociando uma possível fusão com a Azul. Em janeiro, as companhias anunciaram um acordo para o início das tratativas.
Além da conclusão da recuperação judicial da Gol nos EUA, a fusão precisará ser aprovada pelo Conselho istrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Estimativas apontam que a empresa resultante da eventual fusão responderia por cerca de 60% do mercado de aviação comercial do Brasil e teria o controle de quase 100 rotas em todo o país, praticamente sem concorrência – o que suscita questionamentos acerca da formação de um duopólio, quando apenas duas empresas possuem quase todo o mercado.
Juntas, as duas companhias contam com mais de 300 aeronaves e tiveram um faturamento de R$ 25,3 bilhões entre janeiro e setembro do ano ado.
De acordo com o memorando de entendimento entre Azul e Gol, a futura companhia seguirá o modelo de “corporation” – empresa sem controlador definido, tendo o grupo Abra como maior acionista. Ainda não há definição sobre os percentuais de participação de cada empresa no negócio.
A ideia é a de que as marcas Azul e Gol continuem a existir de forma independente, mas as empresas compartilhem aeronaves. A fusão envolverá apenas ativos já disponíveis, sem previsão de novos investimentos.
A aposta das duas empresas é na “complementaridade” de suas malhas aéreas. Enquanto a Gol se concentra em grandes capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a Azul conta com um leque mais amplo pelo país.