Caso Gritzbach: polícia investiga 2 suspeitos de mandar matar delator
O delator do PCC Vinícius Gritzbach foi morto a tiros em 8 de novembro do ano ado, no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos
atualizado
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São Paulo – A Polícia Civil investiga dois suspeitos de encomendar o assassinato do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach, morto a tiros em 8 de novembro do ano ado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Segundo apurou o Metrópoles, o crime executado por policiais militares teria sido encomendado por Ademir Pereira de Andrade e Emílio Carlos Castilho. Ademir foi apontado na delação de Gritzbach como testa de ferro de traficantes do PCC e foi preso em dezembro do ano ado no âmbito de uma operação deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) para investigar lavagem de dinheiro e corrupção policial.
Já Emílio é suspeito de ter participado do sequestro de Gritzbach, em 2022, por integrantes da facção e policiais civis que atuavam junto aos criminosos.
Acusado de desviar parte de um investimento de R$ 100 milhões do PCC em criptomoedas, Gritzbach teria sido submetido a um tribunal do crime e liberado sob promessa de entregar escrituras de imóveis e senhas para que o investimento da facção fosse recuperado.
A delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), já havia afirmado que os mandantes do assassinato de Vinícius Gritzbach chegaram a oferecer R$ 3 milhões pela execução do homicídio.
No último sábado (18/1), a Polícia Civil prendeu o tenente da PM Fernando Genauro da Silva, de 33 anos, por suspeita de ter sido o motorista do carro usado no dia da execução de Gritzbach, em 8 de novembro. A defesa dele alega que o tenente é inocente, não fazia parte da escolta de Gritzbach e não esteve no local do crime.
Na semana ada, uma operação deflagrada pela Corregedoria da Polícia Militar prendeu o cabo Dênis Martins, apontado como um dos executores do crime. Dênis e Fernando trabalharam no mesmo batalhão de polícia.
Além dele, foram detidos 14 policiais militares da ativa, que atuavam no esquema de segurança privada de Vinícius Gritzbach.
Entenda o caso:
- Gritzbach foi assassinado em novembro de 2024, em frente ao Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. O empresário de 38 anos era jurado de morte pelo PCC;
- Foram disparados, ao todo, 29 tiros de fuzil;
- Durante uma delação, Gritzbach detalhou como a facção lavava dinheiro, além de revelar extorsões cometidas por policiais civis. Tanto eles quanto PMs investigados foram afastados das funções;
- Na quinta-feira (16/1), uma operação da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo (PMSP) que investiga integrantes da corporação suspeitos de terem envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) prendeu 15 policiais militares;
- A Corregedoria da PMSP iniciou a Operação Prodotes após receber uma denúncia anônima, em março de 2024, que mencionava supostos vazamentos de informações sigilosas que favoreciam criminosos ligados ao PCC;
- A investigação da Polícia revelou que policiais militares prestavam escolta privada a Gritzbach, apesar do histórico criminal dele, o que levanta a suspeita da participação de PMs na organização criminosa;
- As apurações também demonstraram que informações estratégicas teriam sido vazadas por policiais militares da ativa, da reserva e ex-integrantes da corporação, o que permitia a integrantes do PCC evitarem prisões e prejuízos financeiros;
- Entre os agentes presos na quinta-feira, está o policial militar da ativa Dênis Antonio Martins, suspeito de ser o autor dos disparos que mataram o delator do PCC;
- Outro tenente foi preso neste sábado (18/1). Fernando Genauro da Silva é suspeito de ser o condutor do carro usado pelos criminosos na execução do empresário.