Concessionária trava guerra com assessorias esportivas no Ibirapuera
Concessionária Urbia mapeou 60 assessorias esportivas que utilizam Ibirapuera e ou a cobrar taxa, em caso que é investigado pelo MPSP
atualizado
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São Paulo — A concessionária responsável pelo Parque Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, entrou em pé de guerra contra assessorias esportivas e ou a cobrar empresas que utilizam o local como base de treino. Quem foi cobrado aponta que a taxa é ilegal e o caso foi parar no Ministério Público de São Paulo (MPSP), que conduz um inquérito a respeito.
Diretor da Urbia, Samuel Lloyd afirma que a cobrança se dá em relação a empresas privadas que têm o Ibirapuera como centro de treinamento constante, que apontam em sites e redes sociais serviços e produtos atrelados, intrinsecamente, ao parque. Segundo ele, foram mapeadas 60 empresas que atuariam no local, em diversas modalidades, e que cobrariam, em média, mensalidades de R$ 200 por aluno.
O diretor da Urbia citou em entrevista ao Metrópoles um treino funcional realizado recentemente no Ibirapuera em que, segundo ele, cada pessoa pagou aos organizadores R$ 50 para participar, sem que a concessionária fosse informada a respeito. Houve uso de microfone, caixa de som e a ocupação de um grande espaço.
“O contrato de concessão nos garante que absolutamente todas as atividades comerciais deste território, mas não só, incluam também símbolos, imagem, marca do Parque Ibirapuera, são exclusividade dessa concessionária. Exatamente para a gente conseguir bancar todo esse investimento que está sendo feito. E eu acho que isso é o mais difícil das pessoas entenderem”, afirmou Lloyd.
As mensalidades cobradas pela Urbia partem de R$ 270, no plano anual, para assessorias que têm de 5 a 30 alunos e chegam a R$ 1.350 para as empresas com mais de 200 alunos —há variações nos planos semestrais e descontos para integrantes da Associação dos Treinadores de Corrida de São Paulo (ATC-SP). Segundo a própria Urbia, isso daria cerca de R$ 10 por aluno ao mês, em média.
A ATC-SP tem se manifestado desde o ano ado de forma contrária à cobrança das taxas, apontando que elas são ilegais.
“Nunca fomos, nem nunca seremos, contra a regulamentação do uso de um espaço público tão importante quanto o Parque Ibirapuera e demais parques de São Paulo. Historicamente, sempre estivemos abertos ao diálogo e colaborativos com todas as entidades responsáveis pela gestão desses espaços, seja em discussões de planos diretores, seja em conversas diretas com secretários e gestores da Urbia”, afirmou, em nota, ainda em novembro.
Na sequência, a ATC ainda disse que está disposta ao diálogo e pronta para contribuir com melhorias, mas deixou evidente a sua posição. “No entanto, nosso posicionamento é claro: não aceitamos a cobrança de um valor absolutamente ilegal. Seguiremos firmes para garantir que o o aos parques continue gratuito e justo para todos”, afirmou.
A Prefeitura de São Paulo foi questionada e afirmou, por meio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), que o Contrato de Concessão do Parque Ibirapuera permite a exploração da atividade econômica na área municipal, desde que respeite o princípio de uso dos espaços públicos. Sobre a cobrança das assessorias esportivas, disse que os assuntos foram amplamente discutidos entre a pasta e as partes envolvidas e que acompanha o caso para que todas as atividades atendam aos termos do contrato.