Entenda como e por que mulher matou marido e carbonizou o corpo em SP
Após matar o marido, a mulher carbonizou o corpo e jogou as cinzas em um rio de Jaú, no interior de SP. Ela segue solta até esta publicação
atualizado
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São Paulo — Uma mulher de 45 anos confessou à polícia ter matado o marido a pauladas e carbonizado o corpo dele, no dia 4 de maio, em Jaú, no interior de São Paulo. Às autoridades, ela contou o motivo e a dinâmica do crime.
Segundo ela, na noite do crime, o marido, identificado como José Fábio da Silva, chegou em casa bêbado e sob efeitos de cocaína. Alterado, ele matou os dois cachorros da família, após alegar que os animais estavam comendo as galinhas do casal. Depois dos assassinatos, ele ainda agrediu a mulher com socos no peito e nas costas e a ameaçou de morte. Posteriormente, a suspeita contou que era agredida constantemente nesses locais, pois não eram locais visíveis ao público.
Vendo a situação, a suspeita então pegou um pedaço de madeira e golpeou o marido duas vezes na cabeça. Ela contou às autoridades que viu o homem já morto, pois ele já não respirava mais. Foi neste momento que a mulher arrastou o homem até uma área em que costumava queimar o lixo, no lado externo da casa. Ali, ela preparou uma fogueira e queimou o corpo, juntamente com a arma do crime.
O corpo ou a noite queimando. Na manhã do dia seguinte, a suspeita recolheu as cinzas do homem com ajuda de um lençol e jogou o material de cima de uma ponta em um rio de Jaú. No ato, uma parte das cinzas caiu na beira da área fluvial, região esta que já está isolada para análise da perícia criminal.
Neste mesmo dia, a mulher chegou a ir à delegacia relatar às autoridades o desaparecimento do marido, porém desistiu por ter muita gente na unidade policial. O boletim de ocorrência do desaparecimento foi feito dois dias após o crime, em uma terça-feira.
Até o momento desta publicação, a suspeita está solta. Segundo polícia, não restaram vestígios do corpo e, como já havia ado o período do flagrante, houve um pedido de prisão preventiva — negado pela Justiça.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso está sendo investigado por meio de inquérito policial instaurado pela Central de Polícia Judiciária de Jaú. “Diligências prosseguem visando o devido esclarecimento dos fatos”, disse a pasta.
Motivação do crime
Em depoimento à polícia, a mulher contou que sofria agressões constantes do marido como socos na região das costas e do peito, pois eram regiões que não ficavam à mostra do público.
Ela estava convivendo e morando junto com José havia cerca de cinco anos. A mulher falou que no início deste período, a convivência parecia ir bem, porém, depois de um tempo, o homem ou a beber e usar droga “do tipo cocaína, um pó branco que ele cheirava e outra substância que ele queimava com bombril”.
Segundo a suspeita, quando o homem bebia, ele lhe batia muito, geralmente nos locais do corpo já mencionados nesta reportagem. Ainda de acordo com o relato, as agressões eram frequentes, pois José alegava que a mulher lhe traía, informação negada pela suspeita à polícia.
Na noite do crime, além de lhe agredir, o homem ameaçou a mulher dizendo que “iria lhe matar como fez com os cachorros”. Foi neste momento que a mulher pegou o pedaço de madeira e matou o agressor.
Ela também contou que queimou o corpo, porque ficou com medo do julgamento das pessoas, “pois ninguém sabe o que ocorre dentro de casa e que as pessoas am”. Além disso, afirmou que estava com “muito medo” de ser presa.
A mulher também disse que a filha de 13 anos e uma vizinha sabiam das agressões que sofria.
Condenação por morte de outro marido
- A mulher já foi condenada a 10 anos, tendo cumprido sete, pela morte de um ex-marido. Ela contou que matou o companheiro da época por ele ter abusado sexualmente da sua filha, de 13 anos.
- Segundo a suspeita, o homem dizia que estava criando a filha para ele. Ela conta que foi morar com o morto quando a filha tinha 3 anos. Com 13, a criança desenvolveu depressão, pois estava sendo abusada. O relato aponta que o homem ava as mãos no peito e nas partes íntimas da vítima.
- Ao saber disso, o vizinho da mulher matou o homem. Ele pegou 12 anos de condenação. A suspeita de carbonizar o marido também foi condenada a 10 anos, mas alega que não participou do crime.
Em contato ao Metrópoles, a família da vítima rebateu as alegações da mulher e afirmou que ela conspirou com o vizinho, que era amante, para a morte do homem. O boletim de ocorrência registrado na época dos fatos, em fevereiro de 2013, revela que a suspeita confessou que “tramou” a morte de seu companheiro, juntamente com o seu amante – autor dos golpes fatais.
Segundo o relatado pela própria mulher à polícia na ocasião dos fatos, o assassino entrou na residência pelos fundos da residência, pegou uma faca na cozinha, foi até o quarto onde a vítima dormia e desferiu facadas. Ele fugiu para uma área de mata atrás da casa, mas foi preso em flagrante posteriormente.
Logo após o ocorrido, a mulher ligou para a família da vitima dizendo que o companheiro havia se suicidado. Um parente foi até o local e desconfiou da alegação após ver os ferimentos e imediatamente acionou a Polícia Militar, que ou a investigar o caso como homicídio.
De acordo com a família do homem morto, a mulher queria ficar com a casa e com “o pouco que ele tinha”. Também segundo os parentes da vítima, as alegações de que a criança de 13 anos havia sido abusada foram rebatidas após as investigações ouvirem a menina, que negou a existência dos abusos.