Foliões celebram Oscar e pedem justiça por Fernanda Torres; veja fotos
Festa por Oscar inédito e lamentos por derrota de atriz marcam o dia nos bloquinhos de rua de São Paulo e do Distrito Federal
atualizado
Compartilhar notícia

São Paulo — A conquista do Oscar inédito para o cinema brasileiro, com o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro para Ainda Estou Aqui, no meio do Carnaval, não demorou a ganhar as ruas do país. Nesta segunda-feira (3/3), foliões que se divertiam em blocos de Carnaval em São Paulo e no Distrito Federal usaram fantasias, cartazes e órios para festejar a vitória histórica.
Animada, Natalie Corbani, de 22 anos, foi ao bloco Esfarrapado, no Bixiga, região central de São Paulo, carregando a réplica de uma estatueta do Oscar e com o adereço presente também em uma tiara estilizada — junto com um boneco Pikachu. “Mesmo sem ganhar, a Fernanda [Torres, que concorreu na categoria Melhor Atriz] é uma diva por ter chegado lá”, disse.
A foliã disse ter vibrado com a vitória do Brasil, mas ficou triste por Fernanda Torres não ter levado o Oscar também. “Ela merecia muito mais”, lamentou. “Mas é compreensível, a Academia [do Oscar] é conservadora.”
Também no bloco Esfarrapado, o folião Lucas era outro a ostentar a estatueta do Oscar — que, segundo ele, seria entregue à primeira mulher fantasiada de Fernanda Torres que encontrasse. “Fiquei feliz porque o filme levou o prêmio, mas eu queria que ela [Fernanda] ganhasse como atriz”, disse.
“Foi roubado”
Na Barra Funda, região central, vários paulistanos levaram cartazes com a foto de Fernanda Torres ou usavam máscaras da atriz no bloco Lua Vai. “Eu vim de Fernandinha, a nossa Globo de Ouro”, disse a foliã Fabiana. “A Fernanda merecia”, destacou.
No mesmo bloco, a foliã Paloane não escondeu sua indignação. “Foi roubado ontem. Estou indignadíssima”, afirmou, com um cartaz de Fernanda nas mãos.
Bloco da Pabllo
No Ibirapuera, zona sul de São Paulo, entre a multidão que acompanhava o Bloco da Pabllo, estavam o programador Matheus Ramos e seus amigos. Ele também lamentou a derrota de Fernanda Torres.
“Viemos para o bloquinho ontem e fomos embora correndo, para assistir ao Oscar”. A premiação começou com comemoração, mas, “de repente, uma depressão”, devido à derrota de Fernanda no prêmio de Melhor Atriz.
Uma das amigas de Matheus, a assessora de imprensa Ketelyn Pereira, de 29, contou que houve gritaria em seu bairro, na Vila Ema, zona leste da capital, após o prêmio de Melhor Filme Internacional.
Sobre o prêmio de Melhor Atriz, Ketelyn classificou a vitória de Mikey Madison como “absurda”. “Aceitaria perder para a Demi Moore, mas não para uma menina que começou agora.”
Distrito Federal
No DF, o cenário não foi diferente e muita gente comemorou o resultado do Oscar. Embalado por canções da Tropicália, o bloco Divinas Tetas também trouxe foliões que ficaram tristes por Fernanda.
“A torcida ontem [domingo] estava grande e esperançosa para Fernanda Torres. Mas não dá para deixar ar batido o primeiro Oscar da história do Brasil. A gente só que comemorar”, disse a publicitária e atriz Ana Paula Grande.
O casal Danilo José Monroes Silva e Thais Pereira da Silva chegou ao bloquinho embalado pela vitória no Oscar. “É maravilhoso. Inclusive, ontem [domingo], paramos de pular Carnaval para acompanhar a premiação. A organização da festa onde estávamos colocou telões no local. Depois do anúncio, o público explodiu de alegria. Foi ótimo”, comentou Danilo José.
E, para o casal, a derrota de Fernanda Torres não tirou o brilho do filme nem do momento especial para a história do cinema brasileiro. “O Oscar é uma grande vitória. Ganhamos Melhor Filme Internacional, e ela [a atriz] ter chegado às indicadas em papel principal é uma grande vitória”, analisou Thais.
Os dois, inclusive, gostaram da mistura de Carnaval com Oscar: “Melhor impossível. Combinou perfeitamente. O brasileiro se diverte com tudo. Então, virou uma festa só e combinou demais”, completaram.
Colaboraram Francisco Dutra e Leonardo Amaro