Justiça nega pedido feito por irmã de exumar corpo de Igor Peretto
Defesa de Marcelly, acusada de participar da morte do irmão, Igor Peretto, pediu a exumação do corpo em janeiro. Pedido foi negado
atualizado
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São Paulo — O juiz Felipe Esmanhoto Mateo, da Comarca de Praia Grande, negou na última terça (18/2) o pedido feito pela defesa de Marcelly Marlene Delfino Peretto de exumar o corpo de Igor Peretto, morto a facadas no apartamento da irmã em 31 de agosto do ano ado, no litoral de São Paulo. O magistrado considerou desnecessária a realização de novo exame necroscópico.
Pedido de exumação
Os advogados Yaakov Kalman Weissmann, Leandro Weissmann e Ivo Lira Oshiro afirmaram em resposta à acusação do Ministério Público (MPSP), protocolada no dia 13 de janeiro, que o laudo cadavérico presente nos autos está com imagens editadas.
“Cadê a realidade do ocorrido? Há que se fazer a exumação de Igor, visando a elaboração de um laudo sério e o mais próximo possível à realidade e sem máculas, que nulificam sua elaboração, restando, portanto, impugnado o trabalho apresentado em sua integralidade”, diz trecho da resposta da equipe de advogados.
A defesa afirma ainda que, após a exumação, precisaria de um prazo “para apresentação de quesitos úteis, necessários e obrigatórios para a busca da tão almejada verdade real”.
Ao Metrópoles, Leandro Weissmann afirmou que a negativa “não atrapalha a defesa, mas sim a busca da verdade real”.
“No futuro, isso poderá acarretar a nulidade do processo”, destacou o advogado.
Primeira audiência marcada
No mesmo ofício publicado na terça, o juiz marcou a primeira audiência sobre o caso. A audiência de instrução e julgamento deve ocorrer no dia 20 de março, de forma presencial, no Fórum da Comarca de Praia Grande.
Na sessão, devem ser ouvidos os réus e testemunhas. Duas testemunhas protegidas irão participar por videoconferência.
Relembre o crime
- O empresário Igor Peretto, de 27 anos, foi assassinado no último dia 31 de agosto no apartamento da irmã, Marcelly Marlene Delfino Peretto, em Praia Grande, litoral de São Paulo.
- Ele foi morto a facadas, desferidas por Mario Vitorino, após supostamente ter descoberto que estava sendo traído pela esposa, Rafaela Costa, apontou o MP. Os dois estariam se separando.
- A mulher estaria tendo um caso com Mario Vitorino, amigo e sócio de Igor. Além disso, os dois homens eram cunhados, já que Mario e Marcelly eram casados – também em processo de separação.
- De acordo com o depoimento de Rafaela à polícia, ela e Marcelly também seriam amantes.
- Rafaela não estava no apartamento de Marcelly quando Igor foi assassinado. Apesar disso, ela estaria envolvida no crime, já que teria atraído o marido para o apartamento para ser executado, segundo a investigação.
- Para o MP, Igor foi assassinado pois atrapalhava o triângulo amoroso, hipótese negada pela defesa dos réus.
A manhã do crime
- De acordo com a cronologia do crime, elaborada pela Polícia Civil, Marcelly e Rafaela chegaram de carro ao Residencial Vogue, onde Marcelly é proprietária de um apartamento, às 4h32 do dia 31 de agosto, madrugada de sábado.
- Antes disso, elas estavam em uma festa junto de Mario e Igor.
- Por volta das 5h40, Rafaela saiu sozinha do apartamento de Marcelly e partiu de carro. Apenas 13 segundos depois, Mario e Igor chegam juntos ao prédio.
- Às 5h44, os dois homens saem do elevador em direção ao apartamento de Marcelly, onde Igor foi assassinado.
- Vinte minutos depois, às 6h04 do sábado, Mario e Marcelly saem sozinhos pelas escadas do prédio e vão em direção ao subsolo, onde está estacionado o carro de Mario.
- Os depoimentos dos réus divergem quanto aos detalhes do crime. Apesar disso, a Polícia Civil concluiu que houve uma discussão entre o trio. Em dado momento, Mario desferiu diversos golpes de faca em Igor, que morreu no local.
- Após o homicídio, o cunhado e a irmã de Igor partiram de carro em direção ao apartamento de Mario. De lá, o casal seguiu para a estrada, tendo encontrado Rafaela aproximadamente às 8h48 no Posto Olá, no km 124 da Rodovia Governador Carvalho Pinto.
- Uma hora depois, o trio chegou em Campos do Jordão. Marcelly teria pego um carro de aplicativo e retornado para a Praia Grande, enquanto Rafaela e Mario foram a um motel em Pindamonhangaba, no interior, para que ele trocasse as roupas sujas de sangue.
Prisões
- Rafaela e Marcelly se apresentaram à polícia e prestaram depoimento no dia 6 de setembro do ano ado. Mario foi encontrado apenas no dia 15 daquele mês, na cidade de Torrinha, interior de São Paulo.
- Os três estão presos preventivamente em penitenciárias de São Vicente, no litoral paulista. O trio é acusado de homicídio qualificado.
- O processo corre no Foro da Praia Grande e o caso é investigado pela Delegacia Seccional de Polícia da mesma cidade.