body { font-family: 'Merriweather', serif; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Regular'; src: local('Merriweather-Regular'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-regular.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-regular.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Bold'; src: local('Merriweather-Bold'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-bold.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-bold.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Heavy'; src: local('Merriweather-Heavy'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-heavy.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-heavy.woff') format('woff'); font-display: swap; } @font-face { font-family: 'Merriweather-Italic'; src: local('Merriweather-Italic'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-italic.woff2') format('woff2'), url('https://files.metroimg.com/fonts/v2/merriweather/merriweather-italic.woff') format('woff'); font-display: swap; }
metropoles.com

Mãe de jovem transplantada fez BO após deboche de alunas de medicina

Família de Vitória Chaves da Silva, que morreu enquanto tratava insuficiência renal, se revoltou com vídeo de alunas citando caso da jovem

atualizado

metropoles.com

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/TikTok
Imagem colorida de duas jovens com jalecos de médico em ambiente hospitalar - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de duas jovens com jalecos de médico em ambiente hospitalar - Metrópoles - Foto: Reprodução/TikTok

São Paulo — A exposição de Vitória Chaves da Silva, paciente que tratava uma insuficiência renal no Instituto do Coração (Incor) dos Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP., em São Paulo, por parte de duas estudantes de medicina revoltou a irmã e a mãe da jovem, Cláudia Aparecida da Rocha Chaves.

Elas decidiram registrar um boletim de ocorrência e acionaram o Ministério Público de São Paulo (MPSP), além do próprio Incor.

Em vídeo, tirado do ar nesta terça-feira (8/4) do TikTok (assista abaixo) duas alunas, Gabrielli Farias de Souza (no vídeo, de cabelos loiros) e Thaís Caldeiras Soares Foffano (no vídeo, à dir., de cabelos escuros) mencionam, sem citar o nome da paciente, os três transplantes cardíacos, além de indicar quando foram feitos — na infância, adolescência e início da maioridade, o que coincide com o caso de Vitória. A publicação foi feita nove dias antes de Vitória morrer.

O Metrópoles havia publicado, em 2023, o ineditismo de Vitória ter sido submetida a três transplantes de coração. Até então, os procedimentos do tipo no Brasil eram limitados a dois.

Vídeo:

 

“Um transplante cardíaco já é burocrático, já é raro, tem a questão da fila de espera, da compatibilidade, mil questões envolvidas. Agora, uma pessoa ar por um transplante três vezes, isso é real e aconteceu aqui no Incor e essa paciente está internada aqui”, afirmou Thaís.

A postagem, feita em 17 de fevereiro, foi visualizada por pouco mais de 212 mil pessoas, o suficiente para um amigo reconhecer o caso de Vitória e enviar uma mensagem de texto à família da amiga, no último dia 3, como relatou Giovana Chaves dos Santos, de 19 anos, irmã da paciente.

5 imagens
Vídeo foi tirado do ar
Alunas expam caso de paciente
Estudantes mencionam informações inverídicas, segundo família de paciente
1 de 5

Uma das alunas chega a zombar da quantidade de transplantes aos quais Vitória foi submetida

Reprodução/TikTok
2 de 5

Vídeo foi tirado do ar

Reprodução/TikTok
3 de 5

Alunas expam caso de paciente

Reprodução/TikTok
4 de 5

Estudantes mencionam informações inverídicas, segundo família de paciente

Reprodução/TikTok
5 de 5

Reprodução/TikTok/Arquivo Pessoal

Em nota encaminhada à reportagem, na tarde desta terça, o Incor afirmou não divulgar dados de pacientes. A instituição afirmou repudiar “veementemente” atitudes que violem os princípios da ética e confidencialidade. O instituto acrescentou que apura “rigorosamente o caso mencionado”, ressaltando que “adotará todas as medidas cabíveis”.

Procurada, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), disse que as alunas atualmente não têm qualquer vínculo acadêmico com a universidade ou com o Incor. As estudantes estavam no hospital em função de um curso de extensão de curta duração (um mês). “Assim que foi tomado conhecimento do fato, as universidades de origem das estudantes foram notificadas para que possam tomar as providências cabíveis”, diz nota.

“Internamente, a USP está tomando medidas adicionais para reforçar junto aos participantes de cursos de extensão as orientações formais sobre conduta ética e uso responsável das redes sociais, além da de um termo de compromisso com os princípios de respeito aos pacientes e aos valores que regem a atuação da instituição”, completa o texto.

Uso dos medicamentos

Durante a conversa em vídeo, as duas estudantes atribuem a sequência de procedimentos à suposição de que Vitória não teria se cuidado e tomado corretamente os medicamentos após os procedimentos, informação refutada pelas familiares da paciente.

Na postagem, Thaís ainda comenta que ela e a colega iriam se encontrar com Vitória em seguida. “A gente vai subir lá em cima [sic] e tentar conversar com essa paciente transplantada por três vezes.”

Antes do encontro, Gabrielli dá detalhes dos procedimentos aos quais Vitória foi submetida. “A segunda vez ela transplantou e não tomou os remédios que deveria tomar, o corpo rejeitou [o órgão] e teve que transplantar de novo, por um erro dela [Vitória]. Agora ela transplantou de novo, [o corpo] aceitou, mas o rim não lidou bem com as medicações.”

Na sequência, Thaís Caldeiras comenta:

“Essa menina tá achando que tem sete vidas”.

As duas estudantes se olham e Thaís continua: “Estou em choque. Simplesmente uma pessoa que já ou três vezes por transplante, recebeu três corações diferentes, pra quem não é da medicina, resumindo, é isso […] e tá com problema ainda. Espero que fique tudo bem com ela, que agora ela realmente tome as medicações e faça o tratamento correto”.

Morte e revolta

Vitória morreu nove dias depois, devido a um choque séptico e insuficiência renal crônica. A morte ocorreu um ano após o terceiro transplante de coração e dois anos depois de um transplante de rim, órgão que ficou comprometido durante o tratamento cardíaco da jovem.

Cláudia afirmou ao Metrópoles, nesta terça-feira, que as falas das estudantes são mentirosas. “O que elas dizem é inverídico e temos provas de tudo, que ela [Vitória] seguia o tratamento à risca”, diz a mãe.

“A gente sempre acompanhou a Vitória. A gente sabia o quanto ela lutava para viver, né? Tanto é que tem um monte de ofício na Promotoria da gente pedindo ajuda com medicação, com agem para vir no tratamento. Ela nunca faltou numa consulta sequer, né? E minha filha tinha sede de vida. Tudo o que ela queria era viver. Aí vem uma pessoa e diminui a história dela, eu não aceito, quero Justiça”, desabafou Cláudia.

Ela ainda afirmou que a postagem das estudantes resultou em milhares de comentários, grande parte contra Vitória.

A família da paciente quer que as alunas se retratem publicamente, da mesma forma que expam e debocharam da paciente. Nem as estudantes nem as defesas foram localizadas pelo Metrópoles. O espaço segue aberto para manifestações.

5 imagens
Foto de Vitória pouco antes de seu primeiro transplante, aos 6 anos
Foto tirada em 2016, após o segundo transplante de coração de Vitória
Mãe e filha no Instituto do Coração de São Paulo
Vitória aguarda pelo terceiro transplante de coração
1 de 5

Foto tirada logo após o primeiro transplante de Vitória, quando ela tinha 6 anos

Arquivo Pessoal
2 de 5

Foto de Vitória pouco antes de seu primeiro transplante, aos 6 anos

Arquivo Pessoal
3 de 5

Foto tirada em 2016, após o segundo transplante de coração de Vitória

Arquivo Pessoal
4 de 5

Mãe e filha no Instituto do Coração de São Paulo

Arquivo Pessoal
5 de 5

Vitória aguarda pelo terceiro transplante de coração

Arquivo Pessoal

Vitória sonhava em ser médica

Quando aguardava pelo terceiro transplante cardíaco, Vitória afirmou que sonhava em ser médica para ajudar as pessoas, da mesma forma que era amparada. Ela chegou a prestar Enem para o curso em 2019, mas não conseguiu a pontuação necessária.

Na ocasião, mesmo sob o efeito de medicações, em um gesto de esforço e gentileza, Vitória ainda enviou um áudio ao Metrópoles no qual afirmou que esperava poder voltar ao convívio familiar e a fazer coisas simples, como tomar banho sozinha e comer refeições caseiras.

“Quero muito ir embora para poder usufruir da minha família. Tenho esperança. Vou ficar bem e ter uma boa recuperação. Peço orações”, disse, na ocasião.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os os a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?