Motociata e whey para militar: quem é o pivô da guerra da creatina
Associação que realiza testes de creatina contestados por entidade rival é apoiador de Bolsonaro e motociclista
atualizado
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Pivô da disputa com empresas de suplementos por causa de testes sobre creatina e whey, o empresário Marcelo Bella (foto em destaque) é presidente da Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri) e ficou conhecido no país após sua empresa ser patrocinadora de uma motociata de Jair Bolsonaro (PL), em 2022.
A empresa de Bella financiou o evento “Acelera para Cristo”, que aconteceu em abril de 2022. Naquele ano, o empresário também doou R$ 20 mil para o candidato bolsonarista ao Senado, o Astronauta Marcos Pontes (PL).
Conforme mostrou o Metrópoles, a Abenutri é alvo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais (Brasnutri), que representa gigantes do mercado, por realizar testes que reprovam suplementos.
Bella já havia ficado conhecido no meio bolsonarista no período das motociatas. Ele mesmo é presidente de um motoclube, chamado Black Skull, mesmo nome da marca de suplementos que preside.
A Black Skull é uma marca de suplementos da Grow Dietary Supplements S/A, da qual Bella é CEO. Essa empresa é fornecedora de suplementos para o Exército. Segundo o Portal da Transparência, a empresa emitiu R$ 231.744 em notas fiscais ao governo federal, contando o governo Bolsonaro e também a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A empresa ainda oferece, em seu site, desconto para miliares em seus produtos.
Disputa entre associações
- A Brasnutri desqualifica os testes da Abenutri e acusa a entidade de atuar para prejudicar concorrentes do presidente Marcelo Bella, que é também CEO de uma empresa de suplementos.
- A batalha também se dá no âmbito istrativo, com processo na Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça. Neste caso, com revés para Abenutri, que havia feito uma denúncia relativa a wheys.
- No dia 30 de abril, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve proibição de que a Abenutri divulgue novos testes do tipo enquanto durar a disputa judicial entre as entidades.
- Apesar disso, o órgão suspendeu proibição para que as informações de estudos antigos continuem sendo divulgadas.