Motos por app: motoboys protestam em audiência sobre regulamentação

São Paulo — Motociclistas lotaram um dos auditórios da Câmara Municipal de São Paulo, na manhã desta sexta-feira (7/2), para acompanhar a audiência pública convocada pela vereadora Amanda Paschoal (PSol) para discutir a regulamentação do serviço de mototáxi na cidade. Durante a reunião, os motociclistas entoaram cantos a favor da 99 e da Uber, além de gritos de “Nunes covarde” e “queremos trabalhar”.

Boa parte dos presentes na Câmara também discordou da posição dos sindicatos e associações organizadas da categoria, que têm defendido a suspensão do mototáxi por aplicativo enquanto não há regulamentação. “O sindicato não nos representa”, gritavam os motociclistas. A fala do presidente do SindimotoSP, Gilberto Almeida, foi constantemente interrompida pelos trabalhadores e a audiência quase teve de ser suspensa.

O evento uniu vereadores do Psol e o bolsonarista Lucas Pavanato (PL). Eles apoiam a reivindicação dos trabalhadores pela regulamentação. O Psol, no entanto, afirma se diferenciar de Pavanato argumentando que não defende a mera liberação, mas uma discussão sobre a segurança dos profissionais. “Defendemos o direito dos trabalhadores e não das empresas”, afirmou ao Metrópoles o líder da bancada do partido na Câmara, Toninho Vêspoli.

Além de Amanda Paschoal e Vêspoli, estiveram presentes no encontro os vereadores do Psol Silvia Ferraro, Luana Alves e Celso Giannazi. A vereadora Marina Bragante (Rede) também compareceu. Do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara Municipal, esteve presente na audiência apenas o vereador Dheison e assessores do vereador Nabil Bonduki. A bancada ainda discute uma posição sobre o tema.

Os parlamentares criticam a postura do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que ou a fiscalizar e apreender motocicletas que estavam operando pelos aplicativos. Atualmente, o serviço está suspenso por uma liminar da Justiça.

O secretário da Casa Civil da gestão Nunes, Enrico Misasi, foi convidado para a audiência, mas não compareceu.