Operação prende PMs e GCM suspeitos de integrar célula do CV em SP
Megaoperação prendeu agentes públicos e membros ligados à maior facção do Rio de Janeiro que atuavam no interior paulista
atualizado
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São Paulo – A Polícia Civil identificou e desarticulou nesta segunda-feira (5/5), no interior de São Paulo, uma célula do Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa do Rio de Janeiro, da qual faziam parte policiais militares e guardas civis municipais. As investigações da Operação Hitman apontam que o grupo tinha como uma de suas missões ass membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
O núcleo ligado à maior facção carioca atuava em Limeira e cidades próximas do interior paulista, como Araras, Leme, Conchal e, também, no Rio Grande do Sul.
Com a identificação dos alvos, as Delegacias de Investigações Gerais (DIG) e Sobre entorpecentes (Dise) de Limeira deflagraram a Operação Hitman, na qual prenderam dois policiais militares, um PM aposentado, um guarda civil municipal (GCM) e outros sete suspeitos de integrar a célula da facção. Dois criminosos seguiam foragidos até a publicação desta reportagem. As identidades dos presos não foi divulgada.
O objetivo dos criminosos ligados ao CV, como mostram as investigações, era tentar assumir o controle da chamada “Rota Caipira”, usada para o transbordo de armas e, principalmente, da cocaína produzida na Bolívia e Colômbia.
Além do assassinato de membros do PCC, o grupo ligado ao CV também está envolvido com roubos, tráfico de drogas e de armas, corrupção ativa e iva e clonagem de veículos.
O CV conseguiu também envolver e cooptar PMs e GCMs “alinhados aos interesses expansionistas” da facção fluminense “a fim de alterar o domínio geocriminal da região que é estratégica para o tráfico de armas e de drogas”, diz trecho de documento policial.
A célula do CV também usa a região da Rota Caipira para encaminhar fuzis e material bélico em geral — roubados ou contrabandeados — para o Rio de Janeiro, onde são usados na “guerra travada por narcoterroristas da capital fluminense”.
Assassinos de aluguel
A atual fase da investigação, que resultou na deflagração da Operação Hitman desta segunda-feira, se concentra na análise de “múltiplos homicídios”.
De acordo com o documento policial, o núcleo investigado mantinha “características bem delineadas” para matar os membros do PCC, por meio de emboscadas, uso de armamento sofisticado e utilização de assassinos de profissionais.
Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e dez de prisões temporárias. Também ocorreram três detenções em flagrante, por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. Um dos 13 presos estava em um hotel de Gramado, no Rio Grande do Sul, onde foi localizado com apoio da Polícia Civil gaúcha.
No cumprimento dos mandados de busca e apreensão foram apreendidas quatro armas, munições, 14 celulares, aparelhos eletrônicos, documentos, R$ 16 mil, além de 2,5 quilos de cocaína e meio quilo de maconha.
Também participaram a operação a Corregedoria da Polícia Militar e policiais federais.
PM e prefeitura
A Prefeitura de Araras afirmou ao Metrópoles, por meio de nota, que os GCMs alvo da operação foram afastados preventivamente de suas funções. O governo municipal acrescentou ter prestado apoio durante a Operação Hitman e seguir à disposição para colaborar com a investigação.
Também em nota, a PM afirmou que irá adotar medidas nas áreas criminal e istrativas disciplinares contra os PMs presos, “bem como em relação a outros policiais militares que eventualmente estejam envolvidos”.