Vice-prefeito de SP e padre Julio batem boca em centro de convivência
Vídeo publicado pelo religioso mostra discussão com Mello Atapujo (PL), que já havia feito críticas ao padre na semana ada
atualizado
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São Paulo — O vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), e o padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, bateram boca nesta terça-feira (18/3) no Núcleo de Convivência São Martinho Lima, na zona leste. A cena foi publicada pelo perfil do religioso nas redes sociais (veja abaixo).
Na última quarta (13), Mello Araújo afirmou que a concentração de dependentes químicos no bairro do Belém, na zona leste da cidade, seria “culpa” do padre Júlio, que segundo ele estaria fazendo “desserviço” na região.
“O senhor disse que faço um desserviço. Eu não faço desserviço. Não quero que ninguém fique na rua”, disse o padre em meio à discussão desta terça. No vídeo, Mello Araújo diz ao padre Julio que ele só vai até o local para falar mal da prefeitura.
Em outro vídeo, o padre afirma que o vice-prefeito está pedindo que ele abra a igreja para abrigar moradores em situação de rua. “Eu não recebo dinheiro da prefeitura. Quem recebe é que tem que abrir”, diz.
“O senhor veio brigar comigo ou vai me deixar trabalhar">
O vice-prefeito, que é bolsonarista, tem dedicado parte do trabalho na prefeitura para encaminhar dependentes químicos que ficam na Cracolândia para centros de tratamento, área em que a Pastoral do Povo da Rua também atua.
Ao Metrópoles, Mello Araújo afirmou que não discutiu com o padre. “Ele veio atrás de mim, falar mal de tudo”, disse. O vice ainda relatou que foi ao Belém “resgatar pessoas”. “Resgatamos 23 pessoas para tratamento, [fizemos] dois encaminhamentos para o estado de origem e [encaminhamos para] várias oportunidades de emprego”, disse.
Já Padre Júlio afirmou que “não é papel constitucional de um vice-prefeito fazer encaminhamento”. “Quem indica internação de uma pessoa é um médico. A prefeitura tem toda uma estrutura organizacional. É a mesma coisa se ele fosse diante de uma escola municipal para dar aula. Ele não é professor. As coisas têm que funcionar através do que a prefeitura chama de políticas públicas, e não de ações pontuais do vice-prefeito”, disse.