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Muito além do peso, obesidade é doença crônica que pode afetar órgãos

Obesidade desencadeia efeito cascata no organismo, com os excessos nutricionais levando ao depósito de gordura em órgãos como fígado e rins

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*O artigo foi escrito por Amelio Godoy-Matos, professor-assistente da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e publicado na plataforma The Conversation Brasil. 

A obesidade afeta mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo. As projeções indicam que, até 2035, um em cada quatro indivíduos viverá com essa condição (segundo a World Obesity Federation, 2023).

Apesar dessa alta prevalência, a obesidade ainda é subestimada e frequentemente reduzida a uma questão de escolha individual. Neste 4 de março, Dia Mundial da Obesidade, e ao longo de todo o mês, é fundamental reforçar que a obesidade não é apenas uma questão de peso.

Ela é uma doença metabólica complexa, com bases genéticas e forte influência ambiental. Além disso, está associada a diversas complicações que atingem praticamente todos os nossos sistemas.

A obesidade desencadeia um efeito cascata no organismo, com os excessos nutricionais levando ao depósito de gordura em sítios e órgãos não apropriados para estocar gordura, como fígado, rins, coração e pâncreas (depósitos ectópicos de gordura). Isto afeta a função destes órgãos via toxicidade (lipotoxicidade) e inflamação contribuindo para complicações metabólicas graves.

Entre as suas diversas consequências, uma das menos discutidas, mas extremamente preocupantes, é a doença hepática esteatótica metabólica (DHEM) ou MASLD, na sigla em inglês). Trata-se de uma doença hepática de maior prevalência globalmente, atingindo mais de 30% da população adulta. Entre 12 a 40% destes evoluem para MASH (esteato-hepatite metabólica). A maior prevalência da MASLD está entre pessoas convivendo com obesidade e/ou Diabetes.

Um estudo recente analisou o risco de desfechos clínicos associados à MASLD/MASH. O estudo concluiu que há um aumento de 39% no risco de desenvolver doença renal crônica, 43% no risco de doença cardiovascular e 54% no risco de câncer. Notavelmente, o risco de desenvolver diabetes é de duas a três vezes maior e, em estágios mais avançados de fibrose, esse risco aumenta para três a seis vezes.

O que são MASLD e MASH e por que importam?

A MASLD é caracterizada pelo acúmulo de gordura em 5% ou mais das células hepáticas (esteatose hepática), enquanto a MASH se define pela presença de inflamação e danos celulares, podendo evoluir para fibrose, cirrose e, em alguns casos, câncer de fígado. Estudos indicam que aproximadamente um terço das pessoas com obesidade desenvolverá MASH, tornando-a um problema emergente de saúde pública.

A preocupação é que essa doença geralmente progride de forma silenciosa, sem sintomas evidentes até que o dano hepático esteja avançado, o que dificulta o diagnóstico precoce e reforça a necessidade de conscientização sobre sua existência. Sugere-se, portanto, que todas as pessoas convivendo com obesidade e/ou diabetes sejam avaliadas quanto à presença de MASLD.

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O ganho de peso relacionado à desregulação dos hormônios costuma ser acompanhado de outros sintomas como o cansaço e a fraqueza das unhas
Segundo um levantamentos da OMS, as taxas de obesidade em adultos praticamente triplicaram desde 1975 e se elevaram em cinco vezes em crianças e adolescentes. No Brasil, segundo o IBGE, a condição deve atingir quase 30% da população adulta do país em 2030
Além das doenças, portadores de obesidade precisam lidar com estigmas sociais associados à doença, que envolvem preconceito, estereótipos desrespeitosos, falta de entendimento, levando os pacientes a condições de baixa autoestima, vergonha e culpa pela condição de saúde e pelo peso
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O Brasil é um país em que são consumidas mais em média 3 mil calorias por dia

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O ganho de peso relacionado à desregulação dos hormônios costuma ser acompanhado de outros sintomas como o cansaço e a fraqueza das unhas

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Segundo um levantamentos da OMS, as taxas de obesidade em adultos praticamente triplicaram desde 1975 e se elevaram em cinco vezes em crianças e adolescentes. No Brasil, segundo o IBGE, a condição deve atingir quase 30% da população adulta do país em 2030

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Além das doenças, portadores de obesidade precisam lidar com estigmas sociais associados à doença, que envolvem preconceito, estereótipos desrespeitosos, falta de entendimento, levando os pacientes a condições de baixa autoestima, vergonha e culpa pela condição de saúde e pelo peso

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 O impacto sistêmico e o alto custo da obesidade e MASLD/MASH

A obesidade e suas doenças associadas representam um desafio global, afetando tanto a qualidade de vida dos indivíduos quanto os sistemas de saúde. De acordo com a World Obesity Federation, o impacto econômico global do sobrepeso e da obesidade pode chegar a US$ 4,3 trilhões até 2035, o equivalente a quase 3% do PIB global.

Além das implicações financeiras, a obesidade e a MASLD/MASH geram uma sobrecarga significativa para a saúde pública. A interação entre os sistemas cardiovascular, renal e metabólico (CRM) faz com que a condição não seja um problema isolado. Sua progressão está frequentemente associada a doenças cardiovasculares e renais,ampliando os riscos e custos médicos.

Avanços científicos e novas abordagens terapêuticas

Diante desse cenário, a pesquisa científica tem avançado na busca por tratamentos mais eficazes. As novas medicações para tratamento da obesidade como os Agonistas do Receptor do GLP-1 (AR-GLP1) ou os co-agonistas vêm mostrando excelentes resultados tanto na redução de peso, quanto em complicações cardiometabólicas.

Entre os estudos mais promissores, destaca-se a investigação da survodutida, um agonista duplo dos receptores de glucagon e GLP-1. Ensaios clínicos sugerem que essa classe de medicamentos pode não apenas auxiliar na redução de peso, mas também ter um impacto positivo na MASLD/MASH, reduzindo inflamação e fibrose hepática. Esses avanços reforçam a importância do desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para mitigar os efeitos sistêmicos da obesidade.

O mundo continua a enxergar a obesidade por uma lente estreita, mas a realidade é muito mais complicada. Além de uma mudança na percepção social e a magnitude do problema, a compreensão sobre a conexão entre obesidade e MASLD/MASH é crucial para intervenções precoces e melhores desfechos de saúde.The Conversation

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