Estudo mostra em quanto tempo risco cardiovascular cai em ex-fumantes
Tabagismo é um dos principais fatores de risco evitáveis para infarto e AVC. Saiba quanto tempo sem fumar é preciso para evitá-los
atualizado
Compartilhar notícia

Fumar é um dos principais fatores de risco para uma série de doenças, desde câncer até problemas cardiovasculares. O cigarro aumenta os riscos de insuficiência cardíaca, infarto e acidente vascular cerebral (AVC), entre outros.
“A nicotina presente no cigarro provoca o estreitamento das artérias, aumentando a pressão arterial e sobrecarregando o coração. Com o tempo, esse efeito pode levar às complicações graves associadas ao tabagismo”, explica a cardiologista Julianny Freitas Rafael, que atende no Rio de Janeiro.
Por isso, é uma recomendação comum de todos os cardiologistas que as pessoas larguem o vício. Deixar o cigarro, de fato, é a medida mais eficaz para preservar a saúde cardíaca, mas seus efeitos no corpo podem ser diferentes do que se imaginava.
Um estudo feito por cardiologistas sul-coreanos publicado em 1º de novembro na JAMA Network, uma das mais prestigiadas revistas científicas de saúde do mundo, mostrou como parar de fumar afeta a saúde do coração. A pesquisa foi feita comparando dados do Seguro Nacional de Saúde da Coreia do Sul, com dados de mais de 950 mil fumantes e ex-fumantes.
Coração pode levar 25 anos para se recuperar
Entre pessoas que fumam pouco, o coração parece não ser diretamente afetado e as artérias podem se recuperar rapidamente, por vezes logo após a cessação do tabagismo. Mesmo nos casos mais complicados, se a pessoa consome poucos cigarros por dia, o risco pode ser revertido em menos de 10 anos sem fumar.
As pessoas consideradas “fumantes leves” são as com menos de oito anos-maço. Os anos-maço são calculados multiplicando a carga diária média de cigarros com o tempo que a pessoa fumou. Uma pessoa que fuma meio maço por dia, por exemplo, deve multiplicar 0,5 ao tempo que ela tem o hábito de fumar para descobrir o seu índice.
Para fumantes pesados (com mais de oito anos-maço), porém, a recuperação do sistema cardiovascular é mais lenta do que se acreditava. A ciência anteriormente estimava que eram necessários cerca de 10 anos sem fumar para que as artérias se recuperassem totalmente também nesse público, mas o estudo aponta que um ex-fumante com oito anos-maço leva mais de 25 anos para ter um risco de doenças coronárias semelhante ao de alguém que não fuma.
Os pesquisadores concluíram que ex-fumantes que tiveram um consumo superior a 8 anos-maço devem ser tratados pelos cardiologistas com um risco idêntico ao de fumantes atuais.
Siga a editoria de Saúde no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!