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Trump quer um quintal para chamar de seu (por Marcos Magalhães)

A velha mania de políticos dos Estados Unidos de se referirem à América Latina como “seu próprio quintal”.

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1 de 1 Imagem colorida de Donald Trump - Metrópoles - Foto: Kevin Dietsch/Getty Images

Faz tempo que saiu de moda aquela velha mania de políticos dos Estados Unidos de se referirem à América Latina como “seu próprio quintal”. Mas a atual istração, animada com a tarefa de empurrar para trás os ponteiros do relógio, parece reincidente.

Em entrevista à Fox News, o secretário americano de Defesa, Pete Hegseth, disse que o presidente Donald Trump vai trazer a região de volta à esfera de influência de Washington.

“É estratégico”, afirmou Hegseth. “O governo Obama deixou a China tomar toda a América do Sul e Central, com sua influência econômica e cultural, fazendo acordos ruins com governos locais de infraestrutura, vigilância e endividamento. O presidente Trump disse ‘não mais’. Vamos recuperar nosso quintal”, prometeu.

O atual ocupante da Casa Branca parece mesmo disposto a recuperar um certo tempo perdido. Uma idade de ouro, como gosta de chamar, em que os Estados Unidos exportavam ordens, ameaças e produtos industriais a todo o mundo.

Após a Segunda Guerra Mundial, de fato, os Estados Unidos lideraram uma ordem liberal, baseada em regras, que permitiu longos períodos de paz e facilitou a ascensão de novas potências econômicas, como é o caso atual da China.

Os chineses ganharam com fácil o ao mercado norte-americano. Ao mesmo tempo, os consumidores dos Estados Unidos tiveram a seu dispor produtos muito mais baratos.

Mas tudo tem seu preço. Washington precisa istrar, atualmente, um déficit comercial de US$ 1,2 trilhão. E uma dívida de US$ 36 trilhões até aqui financiada por investidores e governos de todo o mundo.

A resposta, para Trump, estaria na adoção de altas tarifas às exportações para seu país. Impôs o remédio a países de quase todo o mundo, depois suspendeu a dose e decidiu escalar uma guerra comercial particular com a China.

O rompimento com a velha ordem liberal lhe conquistou antipatia mesmo junto a tradicionais aliados. A revista britânica The Economist, por exemplo, recordou a promessa de Trump de que perdas de curto prazo levariam a ganhos de longo prazo. “Realmente?”, questionou a publicação em manchete de seu portal na segunda-feira.

Da mesma forma como pretende trazer de volta os tempos de glória da indústria americana, atraindo de volta a seu território fábricas que encontraram condições mais favoráveis em outras partes do mundo, o presidente quer retomar – com a força, se necessário – a liderança que exerceu sobre o chamado Hemisfério Ocidental.

Ele começou pelo Panamá. Na mesma entrevista à Fox News, o secretário de Defesa americano prometeu “recuperar o Canal do Panamá da influência comunista chinesa”. Por enquanto por meio de pressão política. A opção militar estaria descartada?

Até aqui Trump entretém seus seguidores com cenas de expulsão de imigrantes latino-americanos, muitos dos quais viviam havia anos nos Estados Unidos. Nada impede que o segundo o seja o enfrentamento do que chamam de influência chinesa no subcontinente.

Na visão de Washington, Beijing aproveita-se de uma desatenção americana com a região para ampliar sua esfera de influência. Justamente no “quintal” dos Estados Unidos.

A influência da China, de fato, cresceu. Ela é, por exemplo, o maior parceiro comercial do Brasil, principal potência econômica da América Latina. Segundo a Apex, as empresas brasileiras são as maiores fornecedoras de soja, carne bovina, celulose, açúcar e carnes de aves para o mercado chinês.

Em 2024, a China respondeu por 41,4% do superávit comercial brasileiro. E a Apex vem identificando oportunidades de ampliar as exportações para aquele mercado, em áreas como as de aço, cobre, trigo, café, máquinas, equipamentos e medicamentos.

Diante de tamanha conexão econômica, como será que os Estados Unidos pretendem reduzir a presença chinesa? Eles podem tentar a pressão política, como já ensaiaram com o Panamá. Ou podem optar por uma agenda positiva, de mais comércio e investimento.

Por tudo que Trump tem feito até agora, existem mais chances de que Washington busque a primeira opção, embora seja difícil imaginar um “descasamento” da economia latino-americana em geral – e da brasileira em especial – com a economia chinesa.

Por enquanto, de qualquer forma, o presidente americano dedica-se a aplicar ao mundo a receita das tarifas, para, um dia, tornar a América grande de novo.

Mas a América Latina e o Brasil precisam estar atentos. Isso porque já existe pelo menos um consenso entre os observadores das idas-e-voltas do presidente americano: o de que Trump é imprevisível.

 

Marcos Magalhães. Jornalista especializado em temas globais, com mestrado em Relações Internacionais pela Universidade de Southampton (Inglaterra), apresentou na TV Senado o programa Cidadania Mundo. Iniciou a carreira em 1982, como repórter da revista Veja para a região amazônica. Em Brasília, a partir de 1985, trabalhou nas sucursais de Jornal do Brasil, IstoÉ, Gazeta Mercantil, Manchete e Estado de S. Paulo, antes de ingressar na Comunicação Social do Senado, onde permaneceu até o fim de 2018.

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